Compare trechos de entrevistas do empresário em 2014 e em 2015
Sobre seu nome político
Júnior Friboi em 11/03 de 2014: O Popular tem insistido em colocar meu nome como José Batista Júnior. Não sei por quê. Por isso que não apareço bem nas pesquisas. Eles têm insistido. O meu nome na política é Júnior Friboi, igual Sandro Mabel. (...) Lógico que é uma tática deliberada da Jaime Câmara. Inclusive isso veio a pedido do governo, eu não tenho dúvida disso. Meu nome na campanha não é José Batista Júnior, meu nome político é Júnior Friboi. Então, que ponham assim. É tendencioso isso, a imprensa precisaria fazer as coisas de maneira não tendenciosa. Isso é muito ruim.
Júnior Friboi em 13/02 de 2015: "As pessoas, por costume, sempre me chamam de Júnior Friboi. Meu nome é José Batista Júnior e daqui pra frente meu nome político será 'Júnior Batista'".
Sobre críticas pessoais a Marconi
Júnior Friboi em 11/03 de 2014: "Marconi faz o Diabo (...) O que me decepciona é que em 1998 o Estado de Goiás entregou tudo para um rapaz com 35 anos de idade que nunca vendeu uma banana na feira, nunca trabalhou na vida. Foi o maior erro que já cometemos. E que até hoje também não trabalhou não. Marconi vive por conta do governo, da mordomia. Isso não é trabalhar. Viver no palácio, viver com um monte de seguranças, viver andando de avião, helicóptero, tudo do Estado, gastando tudo do Estado, isso não é trabalhar. (...) Marconi só faz dívida. Ele não dá conta de manter a máquina."
Júnior Friboi em 13/02 de 2015: "Fiz críticas ao governo do Marconi, ao governo, só ao governo, que podemos fazer melhor. Mas sobre a pessoa do Marconi, vocês nunca viram eu dizer uma só palavra a respeito dele. (...) O governador, na reforma administrativa, (agiu) com muita coragem e austeridade, foi uma demonstração de gestor. Eu parabenizo ele do ponto de vista da gestão, é assim mesmo que se faz."
Sobre Vanderlan candidato a prefeito
Júnior Friboi 12 dias atrás, em 1º/02 de 2015, em entrevista ao DM: "O ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso, se for candidato a prefeito de Goiânia terá o meu apoio para esse pleito. Ganhando o diretório do PMDB eu gostaria de tê-lo comigo no partido, mas se ele continuar no PSB, partido que preside atualmente, terá igualmente o meu apoio."
Júnior Friboi em 13/02 de 2015: "Eu queria dizer, sobre o Vanderlan, que caso eu venha a pegar a direção do partido, eu teria condição de convidar o Vanderlan para que viesse se filiar novamente ao PMDB para que ele possa ser o nome do PMDB para concorrer na convenção. E o Vanderlan é um grande nome."
O polêmico empresário duvida que seja expulso do PMDB, elogia bastante a reforma administrativa promovida agora por Marconi Perillo e confessa que almeja "controlar" o PMDB em Goiás
O empresário Júnior Friboi (PMDB) quer, de novo, mudar seu nome na política. Em 2012, optou por ser chamado de "José Batista Júnior". Em 2013 e 2014, resolveu adotar o nome que o consagrou, Júnior Friboi (e ainda brigava se alguém não o chamasse assim). Agora, quer ser chamado de "Júnior Batista". Se vai pegar ou não, só o tempo dirá. Essa foi uma das revelações de Júnior em entrevista concedida hoje de manhã na Rádio 730, no estúdio da emissora, no programa Cidade Urgente, aos jornalistas Altair Tavares e Mirelle Irene. Na entrevista, que durou uma hora, negou que algum dia tenha feito críticas pessoais ao governador Marconi Perillo (PSDB), revelou bastidores das conversas que teve com Iris Rezende (PMDB) em 2014 e garantiu ter maioria no PMDB, partido que almeja "controlar". Friboi também nega que tenha cometido infidelidade partidária nas eleições para governador em 2014, mesmo declarando apoio a Marconi Perillo no segundo turno. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra concedida nesta sexta-feira, 13 de fevereiro.
Altair Tavares: O Cidade Urgente destaca uma agenda diferenciada. O nosso convidado hoje é o empresário José Batista Júnior ou Júnior do Friboi. Aliás, qual dos dois? Até isso vamos enfatizar daqui a pouco. Este personagem esteve no centro das últimas articulações políticas, esteve na condição pré-candidato a governador e será entrevistado por mim e por Mirelle Irene, repórter da Rádio 730. Bom dia!
Júnior Friboi: Bom dia Altair, Mirelle, bom dia ouvintes da 730 para um bate-papo bastante informal. Vamos falar de tudo, um pouco.
Altair Tavares: É José Batista Júnior ou Júnior Friboi? Aí ficou a dúvida se o sr. ainda integra o grupo Friboi...
Júnior Friboi: Não, eu já tinha dito várias vezes, fiz um acerto com meus irmãos e estou hoje com a JBJ, que é a sigla do meu nome. O Friboi eu ajudei a fundar, criamos a marca há mais de 30 anos, e aí as pessoas, por costume, sempre me chamam de Júnior Friboi. Meu nome é José Batista Júnior e daqui pra frente meu nome político será "Júnior Batista". É um hábito de me chamar de Friboi. Eu sempre atendo, né?
Altair Tavares: O sr. não nega a raiz. Mas não é desconfortável?
Júnior Friboi: Não, Altair, não é não. Mas com o tempo as pessoas vão se acostumando, né? Eu não sou do Friboi. Ajudei a fundar, mas não quero associar a marca da empresa com a gente. Isso demora um tempo. Não é do dia pra noite que as pessoas vão deixar de falar Júnior Friboi. As pessoas vão acabar acostumando com meu nome. A JBS está aí com uma campanha nacional, tem feito aí uma mídia, a marca do produto...
Mirelle Irene: Mas a marca da carne ajuda na política, né? Um nome tão conhecido...
Júnior Friboi: Igual o Sandro Mabel, né? Ele construiu uma marca. E continua chamando Sandro Mabel. Isso aí demora um tempo pras pessoas conhecerem a gente por outro nome. Isso é o de menos. Não importa.
Altair Tavares: Então vamos de "Júnior Batista"... Vírgula, Júnior Friboi.
Júnior Friboi: Isso
Altair Tavares: Júnior, nós vamos abordar aqui aspectos da personalidade política e empresarial de Júnior Friboi. Cinco anos atrás, Júnior era visto como um empresário, hoje é visto como um político. Ser personagem político significa o quê?
Júnior Friboi: Eu me mantenho, eu continuo no PMDB. Eu fui muito criticado pelas legendas que passei. Comecei no PSDB, depois fui lá pro Jovair, o... (pausa)
Mirelle Irene: O PTB...
Júnior Friboi: O PTB, depois eu saí do PTB e vim para o PSB, na época o Eduardo Campos ainda governador do Pernambuco me convida, depois me convidaram para vir para o PMDB. Eu fui muito criticado porque passei por muitos partidos, mas eu considero que uma filiação partidária é um "credenciamento", né, eu estou me "credenciando" para um pleito, para deputado federal, estadual, governador, presidente, enfim, então eu vim para o PMDB porque entendi que o PMDB de Goiás tem uma capilaridade grande, é um partido histórico e política a gente "se ganha" com capilaridade, juntando forças, que formam ideias, projetos, que te apoiam naquilo que você está propondo. O PMDB tem uma capilaridade bastante grande. As terceiras vias nunca tiveram sucesso. Sempre ficou polarizado entre PSDB e PMDB. Estou tranquilo, estou bem no PMDB.
Mirelle Irene: Está confortável no PMDB?
Júnior Friboi: Estou "confortadíssimo" no PMDB. Eu fiz um grande investimento no PMDB, ajudando a eleger 60 prefeitos em 2012. Depois, no PMDB, continuei dando uma grande contribuição para o partido. Na época que me chamaram para o partido, o PMDB estava precisando trazer alguém com mais credibilidade. Eu vim convidado! Ninguém entra numa festa, ninguém entra num partido se não for convidado.
Mirelle Irene: Existia uma promessa de que o sr. seria candidato a governador?
Júnior Friboi: Na verdade eu só vim porque me ofereceram um "pacote fechado". Eu consultei o Iris, o Maguito, toda a executiva do partido, os deputados estaduais, federais, a vice-presidência da República, a direção nacional, eu falei com todos. E o entendimento no PMDB era de reforçar o partido, de dar uma roupagem nova, um fato novo, de estrutura e assim eu aceitei. As pessoas precisam acreditar em alguém. Mas eu fui surpreendido pela minoria.
Altair Tavares: Quem é essa minoria?
Júnior Friboi: O PMDB tem dois grupos.
Altair Tavares: Tem Igrejas...
Júnior Friboi: Não, tem dois grupos.
Altair Tavares: Não... São igrejas, porque são separados.
Mirelle Irene: Chega a estar rachado?
Júnior Friboi: O PMDB tem esse problema de não ganhar as eleições porque dividiu. Se junto não é fácil, imagina separado. Então o PMDB virou uma federação. Tem o grupo do Maguito, né, e tem o grupo do Iris. E eu era um terceiro grupo. Formei um terceiro grupo.
Altair Tavares: Mas formou mesmo? Tem o grupo do Friboi?
Júnior Friboi: Formei. Tenho muitos seguidores, pessoas que confiaram em mim, no projeto. E o quê que eu fiz? Como formei um grupo de seguidores e simpatizantes, eu comecei a unir os grupos que estavam separados. Então eu fui buscar o grupo do Maguito, o Leandro ainda era deputado federal, o Maguito com um mandato de prefeito também nos apoiou naquele momento, nós nos juntamos. Então, ainda se organizando, fui buscar o apoio do grupo do Iris, do grupo dele. Mas aí o Iris saiu candidato e na medida em que ele sai candidato, quando todos esperávamos que eu e ele formássemos uma chapa para concorrer ao governo do Estado... Eu sendo o candidato a governador, o Iris senador e o PT indicando o vice-governador e que isso não aconteceu com a demora do Iris em dizer o que ele pretendia fazer, com essa demora o PT lançou o Antônio Gomide candidato a governador e na sequência o Iris lançou a sua candidatura. Quando ele lançou a candidatura, eu entendi que o projeto estava perdido, eu recuei, deixei o Iris assumir...
Altair Tavares: Vamos revelar aqui um bastidor. Houve uma última reunião entre o sr. e Iris Rezende. Por volta de 27 de junho...
Júnior Friboi: Não, foi dia 20 de maio.
Altair Tavares: Essa reunião teria acontecido na agropecuária Vera Cruz, na rua 22...
Júnior Friboi: Não, foi no escritório novo dele. Não no da empresa.
Altair Tavares: Nesta reunião, o sr. teria dito a Iris Rezende que o sr. retraiu. Que Iris não poderia deixar o partido sem candidato. Naquele momento, o sr. disse algo que levou Iris a entender que o sr. estaria desistindo da candidatura?
Júnior Friboi: Fui lá conversar com ele, ele renunciou à candidatura com uma carta inclusive desrespeitosa com o PMDB, dizendo que o partido se lançou de forma pouco republicana, dizendo, de forma alta e clara, que o partido estava se vendendo e que eu estaria comprando o partido. Enfim, ele renuncia à sua candidatura. Eu entendi então que ele tinha consertado aquela falha de ter se lançado candidato a governador, a falha do seu lançamento. Na medida em que isso aconteceu, fui ao Iris para acertar com ele a nossa chapa, para que pudéssemos formar a chapa. Que todos os outros partidos estavam me esperando para acertar esse movimento. Quando eu cheguei lá no Iris, o Iris estava montando um "Volta, Iris", ele já tinha renunciado e estava montando esse movimento. Cheguei lá e falei "Iris, já são 20 de maio, nós precisamos conversar agora e formar a chapa, então vim te convidar para ser candidato ao Senado na chapa majoritária e aí vamos escolher o partido que vai indicar o vice". Aí o Iris disse pra mim: "Eu só faço isso depois da convenção, que era dia 30 de junho". Aí eu falei: "Não dá tempo, depois da convenção não dá pra falarmos disso mais e você, Iris, não é mais candidato, então podemos nos juntar". Então o Iris me disse: "Eu tenho 55 anos de vida pública e seria muito difícil ser candidato ao Senado porque eu não posso deixar que o povo entenda que eu me vendi a você".
Altair Tavares: Iris disse isso?
Júnior Friboi: Disse.
Mirelle Irene: Essa é uma grande revelação...
Júnior Friboi: Então eu falei pro Iris: "Acabou o negócio, eu não estou comprando absolutamente nada, estou formando um projeto para ganharmos as eleições, precisa de capilaridade, precisa de voto, precisa de estrutura". A campanha é feita de marketing, de "propostas propositivas" e é isso que precisamos. Temos que ser oposição ao governo e não à pessoa. Não concordo de forma alguma, Mirelle, de atacar uma pessoa, porque isso é atacar os filhos, netos, a mãe, a esposa...
Mirelle Irene: Mas o sr. fez críticas ao governador Marconi Perillo...
Júnior Friboi: Fiz críticas ao governo dele, ao governo, só ao governo, que podemos fazer melhor. Mas sobre a pessoa dele, vocês nunca viram eu dizer uma só palavra a respeito dele.
Altair Tavares: Então Iris disse "eu não posso deixar as pessoas pensarem que eu me vendi a você, sendo candidato a senador"...
Júnior Friboi: Tanto é que ele escreveu na carta de renúncia...
Altair Tavares: O quê que o sr. entendeu com essas palavras?
Júnior Friboi: Eu entendi que ele era candidato ao governador do Estado e eu naquele momento, se eu fosse para uma convenção, eu tinha certeza que venceria a convenção
Altair Tavares: Por que o sr. não foi pra convenção?
Júnior Friboi: Eu não fui porque estava dividido o partido, o fogo amigo é que derruba, não é o amigo, é o fogo amigo...
Mirelle Irene: Mas tinha gente suficiente do lado do Iris que iria criar esse problema para o sr.? Eu lembro, Altair e ouvintes, de um evento na pré-campanha do sr. e teve muita gente. Teve deputado, prefeito, naquele momento o sr. demonstrou que tinha força dentro do partido, tanto que o Iris depois fez um evento, ele tinha seus apoiadores, mas não com o porte que o sr. conseguiu fazer.
Altair Tavares: Com a capilaridade...
Mirelle Irene: Com a capilaridade... Surpreendeu muito quando o sr. recua, se o sr. fosse pra convenção talvez nesse momento o sr. não desunisse e sim unisse o partido...
Júnior Friboi: Na verdade, naquele momento eu e o Iris já estávamos "se desgastando", ele queria dizer que só aceitaria ser o candidato a senador depois da convenção e a convenção era dia 30 de junho, os partidos não esperavam, nós tínhamos 12 legendas para nos apoiar, e aquele imbróglio que não saía, o movimento "Volta, Iris", e o Iris, então, eu achei muito errado, ele ser senador na chapa já não ficaria bom mais, então eu preferi então...
Altair Tavares: Ele seria eleito...
Júnior Friboi: Não, ele seria aclamado...
Altair Tavares: Caiado não teria coragem nunca de enfrentá-lo, eu tenho certeza...
Júnior Friboi: Não, de forma alguma, o Iris iria ter uma votação muito grande, ele seria aclamado ao Senado, se o PT indicasse um vice nós estaríamos todos juntos, faria sentido porque estamos juntos também no governo federal, mas na medida em que o Iris lança sua candidatura, o PT lança candidato, o Vanderlan também sai candidato, a oposição se esfacelou toda...
Altair Tavares: Depois dessa revelação importante dos bastidores, que deve repercutir, vamos a perguntas dos ouvintes. Estamos entrevistando Júnior Batista, o "Júnior do Friboi", entre aspas. Fez uma revelação inédita, que deve repercutir. Um ouvinte quer saber qual sua participação hoje nas empresas Friboi, o sr. já respondeu, mas talvez ele não tenha ouvido, o sr. não participa mais do grupo JBS...
Júnior Friboi: Ok, correto, está confirmado.
Altair Tavares: O sr. agora é um empreendedor sozinho, um empreendedor isolado.
Júnior Friboi: Isso.
Altair Tavares: O ouvinte pergunta: "O sr. tem intenção de ser candidato a prefeito de Goiânia?"
Júnior Friboi: Não, candidato a prefeito, não. Eu tenho a intenção de contribuir para que a gente possa eleger o próximo prefeito de Goiânia.
Altair Tavares: O sr. disse que, se Vanderlan fosse candidato, o sr. o apoiaria? Isso é uma situação fechada?
Júnior Friboi: Não, estou dizendo que, caso eu venha a assumir o controle, a ter o controle do partido no Estado...
Altair Tavares: Aliás, me permita uma intervenção... O sr. diz umas palavras que os políticos não gostam. A palavra "controle", eles não gostam da palavra "controle". O sr. precisa aprender o vocabulário. É "direção" que fala.
Júnior Friboi: Administração, direção, o que seja, mas no fundo é o controle.
Altair Tavares: Mas quando o sr. fala "controle" fica muito explícito.
Júnior Friboi: Não, não é nada, não é explícito não, rapaz, tem nada disso não. Eu não tô falando pros políticos, eu tô falando pro povo.
Altair Tavares: Ah, então tá certo.
Júnior Friboi: Eu não estou conversando aqui com político.
Altair Tavares: Mas político também ouve.
Júnior Friboi: Não, eu não estou falando com político. Eu estou falando aqui na 730 com a população.
Altair Tavares: Mas retomando a pergunta, o sr. dizia que se tiver a direção do partido...
Júnior Friboi: Na eleição do diretório, eu estou colocando aqui o meu nome, para formar um grupo, para concorrer à eleição da direção estadual do PMDB. Isso se eu não for expulso...
Mirelle Irene: Pois é, isso que eu ia perguntar...
Júnior Friboi: Se eu não for expulso, eu tenho direito de defesa, eles estão montando um processo...
Mirelle Irene: Um processo que pode durar quatro meses de sangria pública...
Júnior Friboi: Vamos ver o desenrolar disso. Eu não acredito que eles vão conseguir me expulsar. Não tem provas de absolutamente nada. E não tem lógica, não tem sentido, precisa ser "refederado"...
Mirelle Irene: Referendado...
Júnior Friboi: Referendado pelo PMDB nacional, enfim, o PMDB tem aí que respeitar, sobretudo, os diretórios, a sua militância...
Altair Tavares: Mas certamente a declaração em que o sr. questiona a candidatura de Iris a governador, dizendo que Iris iria perder mesmo, que a eleição de Marconi Perillo era a melhor opção para Goiás, isso não é uma prova (de infidelidade)?
Mirelle Irene: O sr. vai ser acusado de infidelidade partidária...
Júnior Friboi: Não, eu não fiz infidelidade partidária. Inclusive, na carta, eu escrevi uma carta ao PMDB. Não foi uma carta ao Marconi. Foi ao PMDB. Dizendo que naquele momento nós iríamos perder a eleição novamente. Mas eu queria dizer, sobre o Vanderlan, que caso eu venha a pegar a direção do partido, eu teria condição de convidar o Vanderlan para que viesse se filiar novamente ao PMDB para que ele possa ser o nome do PMDB para concorrer na convenção, porque o PMDB pode ter outros candidatos. E o Vanderlan é um grande nome.
Altair Tavares: Um ouvinte de Aparecida pergunta: "O sr. já tem uma marca. Por que o desgaste da política?"
Júnior Friboi: Não, não tem desgaste nenhum. Quero deixar muito claro aqui que quero ajudar o Estado, dar uma contribuição, melhorar a qualidade de vida das pessoas, gosto da gestão, gosto de administrar, hoje sou empresário e qualquer um pode ajudar o Estado. Eu entendo da área de desenvolvimento econômico. A minha vida toda, o que fiz foi administrar, foi gestão. Quem se credenciar a uma legenda e que seja honesto, pode pleitear um cargo público. A minha intenção é essa. Estou vindo de fora pra dentro. Não estou aqui para "se servir" do Estado, eu vim aqui para contribuir...
Altair Tavares: O ouvinte fala aqui de uma má cultura, de gente que entra na política para crescer financeiramente. Ele diz que o sr. não precisa disso...
Júnior Friboi: Deixa eu te falar, isso é verdade. Eu construí minha vida trabalhando, tomando risco, quebrando barreiras, padradigmas para o Brasil, eu não estou entrando na política para fazer a vida. Coloquei o meu nome porque sou goiano, nasci aqui, foi aqui que começamos a vida...
Altair Tavares: Apesar de ser bem branco e ter cara de sulista...
Júnior Friboi: Não, mas eu sou goiano. A minha genética vem de italiano e português. Do jeito que estou vendo as coisas acontecerem, coloquei meu nome à disposição. E já me sinto com dever cumprido!
Mirelle Irene: Já? E a candidatura a governador em 2018?
Júnior Friboi: Não, isso está tão longe que não é o momento de falarmos sobre isso. O momento é de um bate-papo, de esclarecimentos, eu não falei disso na imprensa e a 730 tem um alcance fantástico.
Mirelle Irene: O sr. mantém esse sonho de ser governador?
Júnior Friboi: Eu nunca disse na vida, empresarial ou política, que eu não faço. Nunca falei isso. Isso é oportunidade, é uma formação de um projeto. Querer não é poder. Se houver, lá no momento, um projeto que una grupos e for favorável, eu coloco meu nome à disposição.
Altair Tavares: Vamos aqui a uma questão delicada, empresário. Delicada. Um ouvinte pergunta se essas movimentações do sr. seriam uma forma de atuar a mando de Marconi Perillo?
Júnior Friboi: Não, isso não é verdade, eu queria dizer para todos os ouvintes que desde 2011 eu não encontro o Marconi, nunca conversei com ele sobre política...
Mirelle Irene: Nem por telefone?
Júnior Friboi: Por telefone, quando ele foi eleito. Eu liguei para cumprimentá-lo. Eu não tenho projeto em função do PSDB, eu não faço isso, jamais eu faria isso. Se eu quiser me aproximar do governador, eu tenho que me desfiliar do PMDB para fazer isso. Mas ele é governador do Estado e eu sou empresário. Nós temos no Estado os investimentos, muitas pessoas trabalhando, gerando emprego. Do ponto de vista do empresário, a eleição acabou. Nós temos agora que ajudar a desenvolver o Estado. E quem é o gestor do Estado é o governador. E sempre que for preciso falar com ele, governador, para falar de negócios, do desenvolvimento do Estado, eu vou falar. Não tenho dúvidas disso, do ponto de vista empresarial. Não procede o que estão dizendo aí nas redes sociais.
Altair Tavares: Outro ouvinte pergunta... "O sr. dizia que o Estado estava quebrado durante o período eleitoral. Depois, terminada a eleição, o governador fez uma reforma administrativa para economizar R$ 2 bilhões. Então, o sr. estava certo?"
Júnior Friboi: Estava certo e continuo certo. O governador, se não faz o que ele fez, com muita coragem e austeridade, foi uma demonstração de gestor. Eu parabenizo ele do ponto de vista da gestão, é assim mesmo que se faz, o orçamento do Estado é do povo, o Estado precisa ser bem gerido e fazer intervenções para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Então, precisa economizar, não se pode tocar um Estado da forma como a base política quer, tem que ser responsável.
Altair Tavares: O sr. apoiou, então, a reforma administrativa?
Júnior Friboi: Apoiei e apoio. Apoiei e apoio. Cada ato que o governador faz de economia, ele reverte isso em benefício da população.
Altair Tavares: Vamos falar de carne.
Júnior Friboi: Vamos.
Altair Tavares: A carne está muito cara, Júnior Friboi. Como abaixar o preço da carne?
Júnior Friboi: Nós temos aí um problema sério. A falta de chuva. O rebanho brasileiro tem diminuído. Os criadores de fêmea, a retenção de matriz, eles têm desovado muita matriz em função da falta de chuva no pasto e também pelo aperto financeiro. O custo Brasil está muito alto, os juros estão muito altos e tem a lei de oferta e procura. Aqui no Brasil a arroba está em 135 reais, nos Estados Unidos, Austrália e Canadá, a arroba está em 200 reais. Na medida em que o dólar sobe, desvaloriza o real e tira o poder de compra do brasileiro. As pessoas começam a sentir o preço alto em função da desvalorização do real. Do ponto de vista de preço mundial, nós estamos muito abaixo ainda.
Altair Tavares: Então vai continuar do jeito que está e a tendência é crescer...
Júnior Friboi: Exatamente.
Mirelle Irene: Eu queria saber qual apoio o sr. tem agora no PMDB em duas situações. Primeiro, o apoio que o sr. tem nessa questão do conselho de ética e depois, lá no final do ano, a disputa pelo comando do PMDB. Se o sr. puder quantificar em porcentagem...
Júnior Friboi: Assim, eu vou falar bem aproximado, bem coerente, eu diria pra você que é 70% a 30%. O presidente nacional do PMDB, o Temer, não vai prorrogar mais os mandatos, já prorrogou no ano passado. Hoje, no momento em que eu colocar meu nome encabeçando a chapa para concorrer à direção do PMDB, até outubro, eu tenho 70% dos votos. É a 70% a 30%.
Mirelle Irene: Ou seja, o sr. tem maioria no partido hoje...
Júnior Friboi: Acredito que sim. Então, de forma que o PMDB está ansioso, o interior, a militância, todos querem que o PMDB tenha uma renovação, um alternância, precisa reoxigenar, precisa alternar, precisa dar uma oportunidade para as pessoas, que não aguenta mais. Se o PMDB perder a eleição em Goiânia e perder mais uma vez para governador, acaba o partido. Ninguém aguenta mais ficar 24 anos na derrota.
Altair Tavares: Nas vitórias de Marconi Perillo, foi por que Marconi foi mais competente ou por que o PMDB foi incompetente?
Júnior Friboi: Eu sempre tenho dito, com todo respeito, o Marconi está governador por quatro mandatos em função do erro do PMDB de lançar sempre o Iris. Se o PMDB tivesse lançado, lá atrás, algum nome novo, 2010 por exemplo, o Marconi não teria ganhado a eleição. As pessoas querem uma renovação, querem a nova política, eu quero, você quer, o povo de Goiás deu a ele lá atrás oito anos de mandato e foi legítimo, tinha muita vontade de trabalhar, assumiu o Estado com 35 anos de idade, eu inclusive apoiei ele, Altair, eu entendo e gosto muito da alternância. Eu faço alternância na empresa. A empresa chegou onde chegou porque sempre demos alternância, renovamos, demos oportunidade, a política de Goiás, o Estado de Goiás não é diferente, o Marconi está certo, ele ganhou a eleição em função da fraqueza do PMDB.
Altair Tavares: Obrigado pela entrevista, muitas pessoas no começo falaram do seu jeitinho de falar, mas é uma identidade. Não tem muito que mudar não. Vou mostrar agora um negócio para o sr. e vamos ver como o sr. reage, de supetão
(No estúdio, neste momento, é executada a canção "Gordinho Gostoso", da Banda Luxúria, cujo refrão é: 'Sou um gordinho gostoso, gordinho gostoso / Sou um gordinho gostoso / Eu não sou friboi, mas tô na moda / A mulherada gosta, a mulherada gosta do papai')
Altair Tavares: E aí?
Júnior Friboi: Olha, você vê que Friboi virou símbolo de qualidade e confiança.
Altair Tavares: Até de música assim...
Júnior Friboi: Pra você ver, então estamos no caminho certo.
Altair Tavares: O sr. já ouviu essa música, toca ela lá em casa?
Júnior Friboi: Já ouvi, já ouvi. Cantam pra mim. Me enche de orgulho. O trabalho que a gente fez deu certo. Quando as pessoas gostam, pegam, viram um hit dentro da sociedade, a Argentina sempre teve uma marca de carne, o Brasil não tinha, nós fomos os primeiros a lançar uma marca de carne bovina no Brasil. Virou sinônimo de confiança e qualidade. E escolhemos a pesssoa certa para fazer isso que foi o Tony Ramos, uma pessoa extremamente profissional, de credibilidade da mídia nacional.
Altair Tavares: Se falar que o sr. é gordinho gostoso, o sr. não vai gostar, né?
Júnior Friboi: Olha, eu estava gordinho também. Perdi agora 15 quilos.
Altair Tavares: Era um gordinho...
Júnior Friboi: Mesmo magro, eu continuo gostoso. Minha esposa está nos ouvindo, eu queria mandar aqui um carinhoso abraço, pelo carinho que sempre teve comigo e meu menininho também está escutando, o Neto, ele chama José Batista Neto, um beijo carinhoso para vocês da minha família.
Altair Tavares: No dia da filiação ele estava lá...
Júnior Friboi: Só pra terminar, a base de todo sucesso nosso é a nossa família. Eu sou uma pessoa que trabalha em nome da família. A família é a base principal para estruturar uma pessoa a ter sucesso. Eu quero aqui cumprimentar todas as famílias goianas.
Altair Tavares: Um abraço!
Júnior Friboi: Um abraço e até a próxima.
Nos dias 22 e 23 de março, Grupom e Serpes devem divulgar seus dados da pesquisa para Governador de Goiás em todo o Estado. Haverá novidades?
O fim de semana promete. Os institutos Serpes e Grupom devem divulgar suas primeiras pesquisas de 2014 para governador em todo o Estado. A pesquisa Serpes será publicada em O Popular no domingo e a Grupom será divulgada antes, sábado, na Tribuna do Planalto. Tradicionalmente, o índice de acerto do Grupom é bem superior ao do Serpes nas eleições para governador. Confira, abaixo, todos os detalhes das duas pesquisas.
A pesquisa Grupom, que será publicada na Tribuna do Planalto, foi às ruas aferir:
1) Cenários para Governador:
Enquanto o Serpes simula quatro cenários, o Grupom trabalha com seis cenários. Uma novidade: há cenários em que o candidato colocado da base aliada é José Eliton (PP). Os cenários da Grupom são os seguintes:
A) Iris, Gomide, José Eliton, Friboi, Marconi, Caiado e Vanderlan
B) Friboi, Gomide, Marconi e Vanderlan
C) Iris, Gomide, Marconi e Vanderlan
D) Friboi, Gomide, José Eliton e Vanderlan
E) Iris, Marconi e Vanderlan
F) Friboi, Marconi e Vanderlan
Ou seja, apenas um nome aparece em todos os cenários do Grupom: Vanderlan
2) Cenário para Senador:
O Grupom não simulou nenhum cenário para o Senado
3) Cenário para Presidente:
O Grupom simulou três cenários para a eleição presidencial. Um com Dilma, Aécio, Eduardo Campos, Lula e Marina. Um segundo cenário apenas como Dilma, Aécio e Marina e um terceiro com Dilma, Aécio e Eduardo.
Já a pesquisa Serpes, que será publicada em O Popular, foi às ruas aferir:
1) Cenários para Governador
Há um cenário com Marconi, Friboi, Gomide e Vanderlan, um segundo cenário com Marconi, Iris, Gomide e Vanderlan, um terceiro com Marconi, Friboi e Vanderlan e um quarto cenário com Marconi, Iris e Vanderlan.
Ou seja, apenas dois nomes aparecem em todos os cenários do Serpes: Marconi e Vanderlan
2) Cenário para Senador:
O Serpes simulou apenas um cenário para o Senado. Nesse cenário, há dois nomes do PT e dois do PMDB. E é curioso que o Serpes coloque Marconi no cenário para o Senado. Os nomes que aparecem no cenário para o Senado são Iris, Friboi, Gomide, Marina Sant'anna, Vilmar Rocha, Caiado e Marconi.
3) Cenário para Presidente:
O Serpes simulou apenas um cenário, com Dilma, Aécio e Eduardo Campos.
SERVIÇO
Pesquisa Serpes
Número do protocolo: GO-00026/2014
Data de registro: 17/03/2014
Pode ser divulgada a partir de: 22/03/2014
Contratante: O Popular
Valor (R$): 34.300,00
Coleta das entrevistas: 17 a 21/03/14
Entrevistados: 801
Margem de erro: 3,46 pontos para mais ou para menos
Pesquisa Grupom
Número do protocolo: GO-00025/2014
Data de registro: 15/03/2014
Pode ser divulgada a partir de: 20/03/2014
Contratante: Tribuna do Planalto
Valor (R$): 20.000,00
Coleta das entrevistas: 11 a 16/03/14
Entrevistados: 1220
Margem de erro: 2,80 pontos para mais ou para menos
Em entrevista mais franca até agora, na Rádio 730, Friboi diz que topa disputar convenção com Iris, rejeita Gomide até para a sua vice, volta a elogiar o DEM de Ronaldo Caiado, afirma que Marconi nunca trabalhou e ainda diz que o tucano faz "o diabo"
O pré-candidato do PMDB ao governo de Goiás, Júnior Friboi, concedeu hoje entrevista à Rádio 730, no estúdio da emissora. Na entrevista, que durou uma hora, partiu para ataques duros ao governador Marconi Perillo (PSDB), disse que Antonio Gomide (PT) tem que ficar na Prefeitura de Anápolis e fez, pela primeira vez, críticas públicas a Iris Rezende (PMDB). Friboi também desmentiu que tenha encontro hoje com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Confira, abaixo, a entrevista.
Pergunta: Bom dia, Júnior!
Friboi: Bom dia, ouvinte.
Pergunta: Por que um empresário bem sucedido no mundo inteiro quer ser candidato a governador em Goiás?
Friboi: Eu tenho sempre respondido que a minha atividade sempre foi fazer gestão. A minha vocação é gestão. Uma das coisas importantes é gostar de gente, de cuidar das pessoas. Tudo que fiz foi liderar e formar pessoas. Criamos um grupo empresarial que hoje é um dos maiores do Brasil, é uma multinacional brasileira. Temos mais de 200 mil colaboradores no mundo. Quero colaborar com o Estado. Meu nome pode ajudar com ideias, projetos, renovação e alternância. Uma gestão empresarial eficaz. Quero políticas públicas, não politicagem. Quando morei nos EUA, vi o quanto o Brasil é maravilhoso. Então decidi colocar meu nome à disposição, basicamente é isso. Não estou vindo para me servir.
Pergunta: O senhor é anapolino?
Friboi: Sim, sou de Anápolis, sou de 12 de fevereiro de 1960. Fiz agora 54 anos de idade.
Pergunta: PMDB e PT vivem uma crise nacional. Qual sua opinião? O senhor apoia a reeleição da Dilma?
Friboi: Até 5 de abril tenho compromisso com o PT. Acredito na aliança. Faço questão de trabalhar, tenho conversado com o Michel Temer, ele tem dito que as alianças entre PT e PMDB vão continuar. É legítimo o PT tentar lançar seu nome, isso faz parte, mas no final tudo vai se ajustar. Tem os acordos nacionais e o PT no Estado vai respeitar. Tem um trabalho muito grande de reeleger a presidente Dilma. Cumprimos o acordo em 2012 e esperamos agora a reciprocidade do PT.
Pergunta: Reciprocidade em quê? O senhor participou desse suposto acordo em 2012?
Friboi: Participei. Nós ajudamos a eleger o Paulo Garcia. Do Paulo Garcia, de todos os 17 prefeitos. O PMDB participou.
Pergunta: Participou como?
Friboi: Colocando a legenda à disposição. E eu no PSB participei pondo o PSB nas campanhas, inclusive do Paulo Garcia. E participei nas doações de campanha. O PSB esteve junto nessa participação, a JBS teve participação, fez uma participação nessa época, nós elegemos o prefeito de Goiânia nessa ampla coligação. A união faz a força, é isso que esperamos no PMDB. Mas eu tenho pouco para dizer do PT. Quem escolhe candidato do PT é o PT. Estou aqui para falar do PMDB.
Pergunta: Qual sua expectativa para a reunião de hoje do senhor com o Michel Temer?
Friboi: Eu não tenho reunião marcada com o Temer. Não tem agenda nenhuma. Estou vendo isso só nos jornais. Minha agenda está cheia, mas apenas em Goiânia. O que já falei com o Michel é que ele está cuidando da aliança nacional e da aliança com os Estados. Ele me disse para não me preocupar com Goiás.
Pergunta: A aliança em Goiás vai ser decidida nacionalmente?
Friboi: Eu acredito que sim, não tem como. O PMDB acompanha orientações do PMDB nacional. Não tem como. A gente tem que ter o respeito, não espero outra coisa. O PMDB nacional e o PT nacional vão se alinhar e nós estamos aqui aguardando. O PMDB tem candidato, estou hoje como pré-candidato, o Iris Rezende é conselheiro do partido. O Iris não é candidato. Insistem todo dia, toda hora, que o Iris é candidato...
Pergunta: Como o senhor tem certeza que ele não é candidato?
Friboi: Ele me disse.
Pergunta: Mas ele não pode mudar de ideia?
Friboi: A não ser que ele quebre um compromisso com o PMDB. Ele disse para o PMDB renovar a executiva, andar o Estado, buscar um nome para oxigenar o partido. Me tiraram do PSB pra ser candidato no PMDB, eu já era pré-candidato, a executiva do partido lançou meu nome, perguntei várias vezes ao Iris se ele era candidato, ele disse "pode vir, pode trabalhar". Eu e Iris não vamos disputar nada. Um completa o outro.
Pergunta: E se amanhã o Iris se colocar como pré-candidato? O senhor desiste?
Friboi: Não, não desisto. Eu tenho compromisso com o PMDB. Se amanhã ele se colocar como candidato, nós vamos ter que disputar uma convenção. Não tem outro jeito.
Pergunta: O senhor acha possível ganhar sem o Iris?
Friboi: Vamos ganhar com o Iris. O Iris é peemedebista, o Iris quer derrotar o Marconi Perillo, isso é nítido. E o PMDB está unido, nunca o PMDB esteve tão unido. É natural uma ala pró-Iris. Isso é mais do que normal. Querem prestar uma homenagem ao Iris. O Iris não autorizou esse movimento. Estão tentando fazer uma cruzada com o nome do Iris sem autorização, ele não autorizou ninguém. Ele se auto-nomeou conselheiro do partido. Ele recebe várias lideranças do partido e diz a mesma coisa para todas: "O PMDB tem um candidato a governador, que é o Júnior Friboi. Ajudem o Júnior a gover..., aliás, a se viabilizar". Estamos fazendo toda semana 12 cidades. Fizemos encontro em Rubiataba com 24 municípios. O PMDB está extremamente motivado. As pesquisas qualitativas e quantitativas mostram que o PMDB vai voltar a governar Goiás.
Pergunta: O João Pedro, da Maria Dilce, pergunta como o senhor construiu a JBS.
Friboi: Com muito trabalho. Levantando de madrugada, formando pessoas, construindo produto de qualidade. Na verdade a JBS tem 60 anos de luta. Nós, para construir a JBS, foram muitas noites sem dormir. Muitas reuniões da família, muito planejamento, muita disciplina. Sobretudo investir muito na capacidade das pessoas. É isso que nós fizemos.
Pergunta: O PMDB nacional e o PT nacional devem trabalhar juntos, segundo o senhor. Acontecendo isso, o PT vem de corpo e alma?
Friboi: Acredito que sim. O PT tem interesse de ajudar a governar Goiás. Não é porque não tem candidato que vão nos abandonar. Não queremos só a legenda. Queremos as lideranças, queremos a participação na chapa majoritária, queremos o PT para dar ideias, para ajudar a governar o Estado, para participar do desenvolvimento econômico e social. O Brasil avançou muito com o presidente Lula, ele abriu a economia do Brasil para o mundo, internacionalizou as empresas brasileiras, quebrou paradigmas, promoveu o Brasil no mundo. O Brasil mudou de patamar. Tirou as pessoas menos favorecidas para uma condição mais favorável. A economia do Brasil oxigenou. Não tenho dúvida que o PT daria uma grande contruição na chapa majoritária. Temos o espaço para senador e vice-governador. Estamos abertos.
Pergunta: Em 2012 teve mesmo esse acordo entre PT e PMDB? Reeleger o Paulo e em troca o PT apoia o PMDB?
Friboi: Teve essa conversa. Se puxar na internet, o presidente Valdi Camarcio fala muito em 2012 que o PT vai dar reciprocidade em 2014. Poderia ter trazido para vocês aqui o compromisso que o Valdi fez na aliança para o governo do Estado com o PMDB na cabeça de chapa. O Mabel tem defendido esse compromisso. Não é porque mudou o presidente do PT que mudou o compromisso. O compromisso da agremiação tem que manter. É o que estou esperando. Não desisti ainda do PT. Em uma ou duas semanas, vamos ter afunilamentos que vai surpreender.
Pergunta: O dinheiro do BNDES é parte dessa parceria com a presidente Dilma?
Friboi: Não, não tem nada disso. Eu vou explicar quantas vezes for necessário. O BNDES é acionista da JBS. A JBS abriu o capital da empresa, o presidente Lula internacionalizou a economia, para que os brasileiros comprassem empresas no exterior. O Brasil antes só importava produtos. O Brasil não exportava. Na internacionalização, o Brasil aumentou as exportações e a produtividade. A balança comercial está equiparada. Se não faz isso naquela época, com a evolução da China, se não abre o mercado, estaríamos com um problema seriíssimo. O BNDES trouxe a credibilidade para os investimentos estrangeiros. São investidores que vieram para o Brasil com a garantia que o BNDES deu. É um banco de fomento. Qualquer um que tiver projeto hoje pode buscar financiamento ou vender ações para o BNDES.
Pergunta: Que análise o senhor faz da candidatura de Antonio Gomide a governador?
Friboi: É uma falta de compromisso com seus eleitores. O PMDB fez isso em 2010. Eu achei errado o Iris ter saído da prefeitura em 2010. Ele fez errado. Não deveria ter feito. Eu me coloco como eleitor. Nós elegemos um administrador para governar por 4 anos. O povo sai nas ruas pedindo respeito. Que os políticos o representem com respeito, que cumpram compromissos. Tem 2 anos e 9 meses ainda de mandato em Anápolis. A população de Anápolis elegeu o Antonio Gomide, não foi o vice. Na medida em que as pessoas assumem um compromisso, tem que cumprir. Quem garante que o Antonio Gomide vai ficar no mandato de governador por 4 anos.
Pergunta: O senhor é contra Antonio Gomide sair da prefeitura mesmo se for para ser seu vice ou candidato ao Senado?
Friboi: Eu sou contra ele sair para qualquer coisa. Ele tem um mandato. Não sou a favor dele ser candidato a governador ou a vice. O PT tem vários nomes, inclusive que não tem mandato.
Pergunta: Cite nomes do PT que podem ir para a chapa majoritária.
Friboi: Tem vários deputados, tem o Edward Madureira, que é uma personalidade, o ex-reitor da UFG, a Marina Silva...
Assessor de Friboi: Marina Sant'anna...
Friboi: É, a Marina Sant'anna, o Karlos Cabral, enfim, só não acho que os prefeitos devem deixar seus mandatos. Isso é aventurar, correr risco. Se querem ser candidatos, terminem seus mandatos. Visitar o Estado com calma, com tempo. Desde 8 de julho de 2011 ando o Estado o tempo todo, conhecendo cidade por cidade, interior, as estradas, pontes, lideranças, produtores, médicos, professores, comerciantes, com todo mundo. Queremos um projeto de sustentabilidade, que seja viável. De políticas públicas.
Pergunta: Por que o PMDB foi sua quarta opção? Primeiro PSDB, depois PTB, PSB e só agora o PMDB?
Friboi: É assim. Eu me filiei ao PSDB em 2005.
Pergunta: Por que não primeiro no PMDB?
Friboi: Primeiro, no PSDB. Quando eu conheci a ideologia do partido e quando vi que no PSDB não nasce nada, não tem oportunidade para nada, eu saí, opção minha.
Pergunta: Aí o senhor foi para o PTB?
Friboi: Em 2009, o então senador Marconi Perillo foi lá no Colorado, em Denver, pegou um avião, desceu lá, foi na minha casa no meu aniversário em fevereiro de 2009 me convidar para participar do projeto de 2010 me filiando ao PTB, para que eu fosse um consenso entre Iris Rezende e Marconi Perillo. Ele disse assim: "Júnior, venha para Goiás, filie-se ao PTB, se o Iris não sair candidato, eu não saio candidato e o senhor vai ser nossa opção". Eu disse que não faria isso. Mas ele insistiu. Eu vim para Goiás, me filiei ao PTB.
Pergunta: O senhor conversou com Iris antes de se filiar ao PTB?
Friboi: Conversei. Ele me disse: "Marconi não cumpre compromisso nenhum. O que ele está te dizendo, ele está enganando. Ele não vai fazer o que está prometendo". No momento em que Iris e Marconi viraram candidatos, eu me desfiliei do PTB. Eu não iria disputar contra o Iris. Jamais. Nada contra ele.
Pergunta: Mas na convenção agora o senhor toparia disputar contra o Iris...
Friboi: Se ele for candidato, vou ser obrigado a disputar a convenção com o Iris. É porque ele está quebrando o compromisso que fez comigo.
Pergunta: Quantos convencionais do PMDB hoje estariam com o senhor?
Friboi: Eu tenho 90% dos votos do PMDB. 90% está comigo, está me apoiando. Ou seja, o PMDB está motivado, está fazendo compromisso. Eu participei em 2012 de todos os prefeitos eleitos do PMDB. Quando o Vanderlan ainda estava no PMDB e resolveu sair do partido, ele, Vanderlan, saiu do partido porque é um partido com muitas lideranças, é um partido pesado, tem que ter muita habilidade, conhecimento e paciência. Estou muito feliz, são lideranças antigas, tem peemedebista que é peemedebista há 50 anos, o PMDB tem uma história.
Pergunta: Que nota o senhor dá para o governo Marconi Perillo?
Friboi: Não poderia ser hipócrita que está tudo ruim. Moro em Goiás, sou apaixonado pelo meu Estado. No primeiro governo, Marconi foi dinâmico. O Estado tem melhorado algumas estradas, tem feito algumas ações de governo. O que mais me decepciona hoje é a falta de credibilidade. Marconi colocou Goiás nesses escândalos. E isso denigre o nome do nosso Estado. Principalmente da gente que é goiano. Estou decepcionado. Um chefe de Estado deixou nosso Estado envolvido em páginas policiais, em tantos escândalos. Isso eu não perdoo o governador.
Pergunta: E a nota do governador?
Friboi: Eu daria uma nota 4.
Pergunta: O governador Marconi Perillo disse para o sr. que se o sr. for candidato, ele não será? Procede?
Friboi: Não tem essa conversa. Pelo contrário. Quero deixar claro para os ouvintes da 730. Estou motivado para disputar a eleição com o governador. Eu prefiro que ele seja candidato. Quero debater com ele assuntos de interesse de Goiás. Ele está no poder há 16 anos, tem 3 mandatos, elegeu o Dr. Alcides, e ele subestima todo mundo. Ele diz que não perde para ninguém. Ele subestima o meu nome, subestima todo mundo. Subestima o presidente da República. Chama o Lula de canalha. Marconi faz o Diabo. Eu quero que ele venha disputar conosco. Eu tenho muitas perguntas.
Pergunta: O senhor tem munição contra ele?
Friboi: As munições que eu tenho estão guardadas. Está tudo pronto e guardado. E de lá ele também deve ter munições guardadas. Eu quero um debate de alto nível. Mostrar direitinho tudo que eu tenho. O projeto meu e o projeto dele.
Pergunta: O senhor já votou nele?
Friboi: Sim, já votei nele. Em 1998, no primeiro mandato, votei nele. Eu sou uma pessoa que gosta de alternância de poder. Acredito nisso. Fiz minha alternância na empresa.
Pergunta: O senhor votou no Marconi contra o Iris em 1998 porque precisava de alternância?
Friboi: Precisava oxigenar. Precisava oxigenar. Estou decepcionado agora. Ele colocou Goiás nesse escândalo. Com 45 anos de idade eu fiz a sucessão na JBS, estou feliz com isso. O que me decepciona é que em 1998 o Estado de Goiás entregou tudo para um rapaz com 35 anos de idade que nunca vendeu uma banana na feira, nunca trabalhou na vida.
Pergunta: E isso foi um erro?
Friboi: Foi o maior erro que já cometemos. E que até hoje também não trabalhou não. Marconi vive por conta do governo, da mordomia. Isso não é trabalhar. Viver no palácio, viver com um monte de seguranças, viver andando de avião, helicóptero, tudo do Estado, gastando tudo do Estado, isso não é trabalhar. Não sabe o que é comprar, perder, construir, não sabe o que é correr risco. Estado não tem lucro. Isso não é de ninguém, isso é do povo. Ele vai sair, deixar o Estado arrebentado e o próximo governador que se vire. E o povo é que paga. Ele vai embora. Faz um monte de coisa errada e quem paga sou eu, você. Todo mundo paga a conta.
Pergunta: Como o senhor vai administrar então em 2015, se for eleito?
Friboi: Não vamos ter condições de tomar nenhum empréstimo, a capacidade de endividamento já era. O Estado vai bater no teto da dívida. Marconi só faz dívida. A capacidade de investimento é zero. Ele não dá conta de manter a máquina.
Pergunta: E o que fazer?
Friboi: Cortar a corrupção. Tem que fazer um ajuste muito forte dentro da gestão do Estado. Hoje o Estado está assim porque ele não tem coragem de mandar uma pessoa embora, ele não tem coragem de fazer um ajuste fiscal no Estado. Primeiro porque é um ano político. E a máquina está inchada. E com 16 anos de poder a máquina está explodindo. Se ele for reeleito, ele mesmo não vai dar conta de administrar o Estado.
Pergunta: E como fazer uma gestão privada na máquina pública, como o senhor defende?
Friboi: As pessoas confundem. Não vou fazer gestão privada no Estado. O Estado é político e técnico. O Estado tem burocraria, é mais devagar, tem que passar por outros poderes, tem os sindicatos, a sociedade para ouvir. Tem que ter choque de gestão. Economizar. Comprar pelo preço real. Fazer uma gestão mais dinâmica. Desburocratizar a máquina. Colocar técnico onde é cargo técnico e político onde é cargo político.
Pergunta: Ronaldo Caiado, do DEM, pode ser um aliado seu? O senhor quer uma aliança com o DEM.
Friboi: Lógico que quero. O Ronaldo é meu amigo, converso sempre com ele, não temos nenhum problema. O Ronaldo tem problema é com o PT. Se o PT desembarcar da aliança, eu tenho certeza absoluta que vai ter entendimento com o Caiado e com o Vanderlan.
Pergunta: Até com o Vanderlan? Ele não é candidato a governador?
Friboi: Podemos buscar o entendimento. Problema nenhum. Política se faz assim. Um entendimento com o Vanderlan fortalece a aliança da oposição. A situação só tem uma chance de continuar governando Goiás: ganhar no primeiro turno. Se não ganhar no primeiro turno, perdeu a eleição.
Pergunta: Uma última questão é do ouvinte. A Maria Aparecida pergunta o que o senhor achou da polêmica envolvendo o Roberto Carlos na propaganda do Friboi.
Friboi: O Brasil nunca fez uma campanha do seu produto. Sobre a carne bovina, então, nada. A Argentina é conhecida por seus vinhos, por sua carne, faz campanhas e o Brasil também precisa se promover, mostrar o que tem de bom. Somos líder mundial de proteína no mundo. Por isso faço uma campanha nacional com Tony Ramos e Roberto Carlos para chancelar, avalizar a credibilidade do produto. É uma campanha nacional. O que falam aí na internet é porque eu me coloco como pré-candidato. Isso é a maldade, a sacanagem, que o governo faz com o meu nome.
Pergunta: O governo Marconi?
Friboi: É, é o governo Marconi. É ele mesmo. Eles estão com medo. Porque vão perder a eleição. Batem numa empresa que é filha de Goiás, falam mal de uma empresa que é filha daqui. Toda vez que ele ia lá e eu contribuía com a campanha, eles só falavam bem da JBS. Por que de um dia pro outro a empresa ficou ruim.
Pergunta: Pois é, por quê?
Friboi: É só por isso. É sacanagem. Tem que mudar o comportamento dos políticos. Tem que respeitar as pessoas, os valores. É uma empresa de valor. Uma empresa nacional e dos goianos. É filha dos goianos. Bater na JBS é bater num filho seu, um filho de Goiás. A campanha nacional está sendo bem aceita no Brasil todo. A venda das carnes no Brasil cresceu muito. A solitária surge na carne bovina. Abatem animais sem inspeção federal e é um perigo. A JBS leva para o consumidor a segurança alimentar. Exportamos o melhor produto. E promovemos o Brasil no mundo. Comemos igual os americanos, chineses, europeus, africanos, todos comem a mesma coisa hoje.
Pergunta: Se puder, encaminhe pra gente o documento que o PT assinou em 2012...
Friboi: Não tem documento, é declaração do Valdi Camárcio. É só puxar na internet.
Pergunta: Muito obrigado pela entrevista.
Friboi: Agradeço a todos. Muitíssimo obrigado. Quero debater interesses do nosso Estado. E quero fazer um compromisso. Eleito governador de Goiás, vou estabelecer a ordem e o progresso no Estado.
Peemedebista fez críticas ao governo do Estado, disse que não vai esperar o PT e que o candidato do PMDB é escolhido pelo PMDB
O pré-candidato do PMDB ao governo de Goiás, Júnior Friboi, concedeu no domingo, 9 de março, entrevista à Fonte TV, no estúdio da emissora. Na entrevista, que durou mais de uma hora, fez críticas ao governo do Estado, disse que não vai esperar o PT e que o candidato do PMDB é escolhido pelo PMDB. Confira, abaixo, a entrevista.
Pergunta: Boa noite, Júnior
Friboi: Boa noite a todos. Luzeni Almeida, Wellington, Alberto Carlos, Apóstolo César Augusto...
Pergunta: Quem é o senhor?
Friboi: Nasci aqui em Goiás, em Anápolis. Dia 12 de fevereiro de 1960. Tenho 54 anos de idade. Meus pais vieram de Minas. Matavam um boi por dia. Meu pai foi pioneiro na construção de Brasília. Ele abatia o gado em Brasília e fornecia carne para as construtoras que foram fazer Brasília.
Pergunta: O senhor era criança.
Friboi: Não tinha nem nascido. Nasci na rua 4, em Anápolis. Fiz lá o ensino fundamental. Meus pais depois mudaram para Brasília, eu fui junto, aí meu pai comprou uma indústria em Formosa. Meu DNA é gostar de gente. Não tive infância. Sempre liderei pessoas. Toquei muito boi na estrada. Não tinha caminhão. Fui capataz de boiada. 30 dias, 30 marchas. Fui motorista de caminhão depois. Lombei muito boi nas costas. Entreguei muita carne no açougue de madrugada. Depois fui para a área administrativa. Trabalhei no almoxarifado. Trabalhei com vendas, compras. Passei por todas as etapas. Assumi a empresa com 20 anos de idade. Com 18 anos de idade fui para Brasília montar uma distribuição de carnes. Para vender direto para o açougue. Toda vida acreditei muito em pesquisa, em equipe, em disciplina, em qualidade. Fiz pesquisa e vi o que o mercado precisava no momento.
Pergunta: E o salto para a política?
Friboi: Presidi a empresa por 25 anos. Formei uma grande equipe. Sempre identifiquei pessoas que completam. Coloco pessoas certas nos lugares certos. Somos a maior multinacional brasileira. Estamos em cinco continentes. Diretos e indiretos estamos com mais de um milhão de colaboradores, sendo 200 mil diretos. Abrimos o capital. Liderei a família. A base de tudo é a família. Gosto de gente. Remunero as pessoas bem, dentro do contexto profissional. Prestei esse grande serviço para Goiás. Amo Goiás. Fizeram pra mim um convite para vir ajudar o Estado. Pedi licença da empresa. Deixei de ser um acionista controlador para ser apenas investidor. Tenho gratidão por Goiás. Tudo que tenho começou aqui. Foi o povo goiano que me deu a oportunidade. Achei que devo isso a Goiás. Do ponto de vista cívico.
Pergunta: O senhor não fez isso por poder? Para ter mais poder?
Friboi: Eu já tenho mais poder que todos. Não preciso de poder. Só tem poder quem faz. Ninguém consegue poder por poder. A JSB tem um orçamento anual hoje seis vezes maior que o de Goiás.
Pergunta: O senhor já foi filiado ao PSDB, PTB e PSB. Como se colocar como oposição a Marconi se o senhor já apoiou o Marconi?
Friboi: Presidindo a empresa, sempre participei das eleições, como todo empresário. Em 2005 me filiei ao PSDB. A filiação ao PSDB foi boa para conhecer a ideologia do partido. Mas no PSDB não tinha nenhuma chance, nenhum espaço. Então me desfiliei. Fui embora para os Estados Unidos. Em 2009 o Marconi me convida para ir ao PTB. Ele diz: "Você vai ser o candidato de consenso entre eu e o Iris, você precisa se filiar ao PTB". Fui lá e me filiei. Fui no Iris e perguntei se ele era candidato. Ele disse que a preocupação dele era só administrativa com a cidade de Goiânia. O Marconi disse que não sairia candidato se o Iris não saísse. O Meirelles veio para o PMDB, depois o Iris se lança candidato, o Marconi também sai candidato. O Marconi me convida para ser vice, eu não aceitei. Não poderia disputar nada contra o Iris. Me desfiliei do PTB. Em 2011, o Eduardo Campos me convida para ir para o PSB. Aceitei e fui comandar o PSB. Para me lançar candidato em 2014 para governador. Ele me garantiu a legenda. "Você pode fazer da legenda o que bem entender", me disse o Eduardo. Estruturei o partido. Em 2012, na eleição e reeleição de prefeitos, vários me procuraram. Queriam apoio partidário e doação eleitoral. Fiz com todos. Participei dos palanques. Elegi 120 prefeitos. Em 2013, veio então o convite do PMDB. Para que eu saísse do PSB e fosse para o PMDB. Porque no PSB era difícil os prefeitos me apoiarem. A executiva do PMDB me fez um convite, os prefeitos fizeram uma moção de apoio e então eu fui conversar com meu melhor amigo, Iris Rezende Machado. Fui no Iris. Disse ao Iris que só iria para o PMDB se fosse para ser pré-candidato a governador. O Iris disse que não tinha intenção de ser candidato. Mas o Iris disse que não iria na minha filiação. Que eu fosse o candidato do PMDB, não o candidato do Iris. Fui no Michel Temer e no Valdir Raupp. Referendei tudo. Estou no PMDB e estou impressionado com o partido.
Pergunta: E as pesquisas?
Friboi: Pra mim é uma grande surpresa. Estou preocupado com o trabalho. Em fazer um bom trabalho.
Pergunta: Como o senhor lida com as críticas de que o senhor só está emplacando no PMDB por causa do dinheiro?
Friboi: Estão falando mesmo. Não podemos ser hipócritas. Não se faz campanha sem dinheiro. Mentira quem diz isso. Nunca pedi um centavo para ninguém. Não tem doação financeira para mim até hoje. Vou aceitar doação financeira na campanha, desde que não seja criminosa. Pode ser um real, dois reais, dez reais. O que não vou fazer é acordo criminoso. Vender o Estado ou comprometer financiamentos que me impeçam de governar o Estado. Quem vai por recurso na campanha serei eu. Vou gastar do meu. É problemático quem entra sem dinheiro e sai rico.
Pergunta: A JBS vai continuar doando para outros candidatos?
Friboi: A JBS é uma empresa privada. Ela vai fazer suas doações. Não estou misturando JBS com meu projeto político. A JBS vai doar para 15 governadores, para a Presidência da República, dentro da lei e da normalidade. E vai doar para mim também. Sempre fizemos isso. Nunca fiz uma doação para um candidato para corromper o Estado. Foi sempre para ajudar o debate político. Você pode pode doar para ajudar no debate e não ser perseguido. E pode doar em troca de algo. Isso eu nunca fiz. Nunca. Me sinto leve. Tranquilo. Sou transparente. Meu projeto não é dinheiro. Meu projeto são ideias. Vai precisar de recurso financeiro? Lógico que vai. Posso gastar 80 ou 100 milhões, mas vou apresentar um número real. Sem caixa 2. Tem que parar com sacanagem. O povo não quer mais ser enganado. Me sinto mal quando vejo as pessoas mentindo. Eu estou gastando o que é meu, não estou gastando o que é do Estado. Se eu ponho o meu e não preciso vender o Estado, está tudo certo
Pergunta: O senhor não está comprando as pessoas do partido?
Friboi: Estou fazendo doação para o debate político.
Pergunta: Sem ser candidato o senhor continua investindo também?
Friboi: Vou sim. Vou me apresentar na convenção. Uma vez aprovado na convenção, me torno candidato. Vou abrir uma conta de candidato no TRE. Um documento. Quem quiser doar um real, dois reais, vou receber. Eu não vou é fazer coisas erradas. Goiás está nas páginas policiais. Tivemos problema sério com contravenção. Isso é que pode não pode ocorrer.
Pergunta: O senhor não teme o crescimento da candidatura do Antonio Gomide, do PT?
Friboi: Eu vejo que o PT é um grande partido. É legítimo ter um nome. Mas eu não temo nada. Se for o Gomide, vamos disputar. O PMDB não tem que esperar o PT. O PT não pode impor o candidato do PMDB. Não tem que esperar nada. Esperar 29 de março? Inclusive eu digo direto para o Gomide: "Gomide, não espere nada. Se o PMDB tem candidato e não querem acreditar, problema seu. O seu prazo é 29 de março, o meu é em junho".
Pergunta: Não é ruim esse racha com o PT?
Friboi: Não tem racha nenhum. O PMDB nacional está apoiando o PT nacional. Ponto. O PMDB goiano apoiou os 17 prefeitos do PT. Demos toda a cobertura. Em contrapartida, pedimos o apoio. Estou esperando a reciprocidade do PT local e nacional. Mas é uma decisão solitária deles.
Pergunta: O senhor disse que pode apoiar outro candidato a presidente se o PT não apoiar o senhor.
Friboi: Eu disse que se o PT não apoiar nossa candidatura, abrem-se outras alternativas. Eu não disse que não vou apoiar o PT. Eu acho que não deveria acontecer isso. Mas se o PT não apoiar o PMDB em Goiás, tem essa possibilidade. Continuo esperando o PT. Até 5 de abril eu espero o PT.
Pergunta: Como está sua relação com Iris Rezende?
Friboi: Somos amigos e irmãos. É um amigo querido que tenho. É uma grande referência. E ele me tem como referência. Eu e ele não temos divergência nenhuma. O Iris diz para todos que é conselheiro do PMDB. E que estará junto comigo assim que o PMDB me homologar na convenção. O partido vai convocar o Iris para ser senador. Ele já me disse que vai aguardar as convenções e não é candidato a governador. Quem incentiva essa briga é o governo. O governo quer escolher o candidato do PMDB. Mas o governador não vai escolher. Quem vai escolher é o PMDB. O que o PMDB decidir, eu cumpro. Se o PMDB escolher Iris Rezende, eu apoio o Iris. Mas se eu for escolhido candidato, o Iris vai estar comigo.
Pergunta: O governador Marconi, que é pré-candidato, vai tentar ser reeleito. Está trabalhando em todo o Estado. Quer uma boa aceitação de governo. Não seria melhor a oposição ter vários candidatos para derrotar o governador atual? Para minar o candidato à reeleição?
Friboi: O cenário correto, o melhor cenário, é ter 3 candidaturas. O cenário ideal. Se tivermos 4, tudo bem. Dividimos mais. Com certeza vamos para o segundo turno. Quem for para o segundo turno, vai ter 100% da união da oposição. Se o governador for para o segundo turno, ele perde. Ele só tem uma chance: ganhar no primeiro turno. Se não for, vai ser a primeira derrota da vida dele. Eu gostaria inclusive que o meu adversário seja o governador Marconi Perillo. Que ele não corra não. Eu quero que ele venha. Não corra não. Tenho muita coisa para perguntar pra ele. Não existe força que não se derrube. O governador bate no peito, diz que nunca perdeu, diz que derruba o Lula, então espero que ele seja o candidato. Eu queria que ele deixasse o cargo e viesse para a disputa sem o governo na mão. Ganhar a eleição com dinheiro do povo é desproporcional. Eu sou contra a reeleição. Tinha que ter mandato de cinco anos. Marconi está trabalhando muito? Só está fazendo a obrigação. E endividando o Estado. Capacidade de endividamento hoje é zero. E quanto mais ele trabalha, mais rejeição ele tem. Ninguém mais confia no governador. Ele quer melhorar a imagem do governo e do governador. É impossível. Quem perde credibilidade, perde. Não recupera fácil. O quadro fácil é o PT vir para o PMDB, juntar as chapas. Estamos abertos. Tenho 8 partidos me apoiando.
Pergunta: É melhor a união agora, né? O PT tem que pensar nisso, né?
Friboi: Lógico, lógico. Antes do intervalo, eu quero aqui mandar um beijo carinhoso para a minha esposa, a Josi, e para o neto. Um beijo.
Pergunta: O senhor gostaria de ter o Antonio Gomide como vice? E o senhor aceitaria ser vice do Iris?
Friboi: O Antonio Gomide só aceita sair da prefeitura para ser candidato a governador. Então a vice é do PT. O PT é que vai escolher a minha vice. Eu queria pedir desculpa ao PT, ao Gomide, mas as pessoas estão decepcionadas com os políticos. Ele, Gomide, foi reeleito para 4 anos e está querendo deixar a prefeitura com 1 ano e 3 meses. É falta de respeito. É isso que deixa as pessoas decepcionadas. Ele tem que cumprir o mandato.
Pergunta: Mas o PMDB também já fez isso?
Friboi: Errado. Não pode. Por isso que as pessoas vão para as ruas. Precisamos banir a corrupção. O povo está sofrendo muito. Quero um choque de gestão com cinco prioridades. Corrigir os desperdícios, a corrupção, as coisas erradas. Tolerância zero com a corrupção. Não temos mais condições de endividar o Estado. Vou priorizar a qualidade dos serviços. Na segurança pública. Tolerância zero com bandido. Precisa qualificar o servidor. Ouvir o servidor. Abrir o diálogo. A qualidade é uma bandeira. Na educação, vi nos EUA o quanto é importante. Temos que priorizar a ordem. A saúde, trazer qualidade nos serviços. Asfalto de primeira qualidade. Não quero lama asfáltica. Não temos energia, estrada, saneamento básico. E vamos gerar empregos. É o maior programa social que podemos oferecer. Oportunidade para as pessoas trabalharem. Precisamos de energia elétrica. Sem estrutura. Não temos distribuidora de energia. Quebraram a distribuidora.
Pergunta: Não é culpa do PMDB?
Friboi: O PMDB vendeu Cachoeira Dourada. O Estado precisa de distribuição. Geradora não precisa. Você compra no leilão. Quem casa, quer uma casa. E cada casa que se constroi precisa de energia elétrica. Onde tiver uma família, o Estado vai estar presente. Hoje o Estado é provinciano. O governo pensa na minoria, nas próximas eleições, na corrupção, menos em ajudar o povo. Gasta uma fortuna com mídia, com placas, o povo vê que é mentira. Tenho visão de estadista. O estadista é quem projeta o Estado para os próximos 20 anos. Nas próximas gerações.
Pergunta: O senhor tem o apoio do Maguito?
Friboi: Maguito é meu amigo. Eu apoiei o Maguito em todas as eleições. Grande político, pai, gestor. É companheiro de muitos anos. Ele me convidou para este projeto. Ele disse que Goiás precisa de mim. E eu convidei o Daniel Vilela para ser deputado federal. Bom menino, pai de família. Rapaz educado. Quero também dizer aqui do Bruno Peixoto, Pedro Chaves, Luis do Carmo, Leandro Vilela, Waguinho, Sandro Mabel. Todos aqui vão ser reeleitos, com certeza. Prestam um bom serviço. Quero participar disso. Governo não governa sozinho. Precisamos de um pacto dos três poderes. Vocês sabem que Bloomberg governou Nova York por 12 anos e o salário dele era de um dólar por ano?
Pergunta: O senhor vai abrir mão do salário de governador?
Friboi: No início do governo vou mandar um projeto para Assembleia dizendo que meu salário será de um real por mês.
Pergunta: Por que um real?
Friboi: Porque não preciso.
Pergunta: Mas um real não vai fazer diferença...
Friboi: Mas é que não pode ficar sem receber.
Pergunta: É alguma piada, uma brincadeira...
Friboi: Não, é porque o governador não pode ficar sem receber.
Pergunta: Mas não vão aceitar na Assembleia. Não vai passar.
Friboi: Vão aceitar sim. Não vou andar no avião do Estado. Não preciso de emprego. Não vou usar o Estado. Estou horrorizado. Com pena. Precisa de intervenção para ajudar os pais que perdem os filhos para as drogas. Precisamos de ordem e progresso.
Pergunta: Segurança, quais são as ideias?
Friboi: É simples. A média nacional é um policial para 400 habitantes. Em Goiás tem um policial para 2 mil habitantes. Vamos colocar Goiás na média nacional. Vamos ter mais de 20 mil concursados na polícia. Sistema de inteligência. Vou visitar o Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York, entender o que é segurança e implantar em Goiás um sistema em que bandido vai para outro Estado. Goiás vai estar protegido. Farei o que for preciso.
Pergunta: O governo tem caixa?
Friboi: Estancando a corrupção, sem aumentar imposto, vamos aumentar a arrecadação. Temos que fazer com que todos paguem. 60% dos empresários não pagam impostos. Sonegação é muito grande. Conheço vários países do mundo. Goiás é maior que o Panamá, temos o dobro de habitantes. Temos que fazer um pacto federativo. Vou criar "Estados Unidos do Norte e Centro-Oeste". Porque se melhorarmos a qualidade de vida dos goianos, o povo de outros Estados vai vir tudo para Goiás. Temos que ter o pacto federativo.
Pergunta: Hoje saiu uma pesquisa EPP com o senhor em segundo lugar, atrás apenas do Marconi. Com 25%. Como o senhor recebeu isso?
Friboi: Recebi com muita felicidade, com muita alegria. Nem sabia da pesquisa. Não me preocupo com isso. Estou no caminho certo. Eles não colocaram o Iris porque o Iris não é candidato. Eu não sou o segundo, sou o primeiro colocado! O primeiro! Porque o Marconi não é candidato. Ele tem 38% de intenções de voto, mas ele não é candidato. Ele não é candidato. A pesquisa devia ter só eu, o Vanderlan e o Gomide. Então estou em primeiro lugar. Estou muito feliz por liderar a pesquisa.
Pergunta: Muito obrigado!
Friboi: Quero cumprimentar meu filho Fabrício, minha filha Fabíola, as mulheres pelo dia da mulher, vocês fazem a diferença. Vocês são importantes no debate político, na liderança da família. Se eleito, vou criar a Secretaria da Mulher.
Pergunta: Mas já existe.
Friboi: Mas não funciona. Esse é o problema. Vai funcionar comigo. Temos que acabar com politicagem. O povo precisa de políticas públicas. Inclusive O Popular tem insistido em colocar meu nome como José Batista Júnior. Não sei por quê. Por isso que não apareço bem nas pesquisas. Eles têm insistido. O meu nome na política é Júnior Friboi, igual Sandro Mabel. E não faço campanha da Friboi porque sou pré-candidato. A campanha é nacional e é de um produto nacional. A JBS está mostrando a qualidade da carne brasileira. Friboi é marca de qualidade e confiança. Jamais vou decepcionar esse nome e essa marca.
Marconi disse a frase acima a pelo menos quatro interlocutores. Alguns acreditam. Outros, não
O movimento não é inédito, mas sempre há quem embarque nele. A cada momento que o governador Marconi Perillo (PSDB) se encontra com um possível adversário ou aliado que almeja o Palácio das Esmeraldas, a conversa é invariavelmente a mesma: "Seja candidato. E se você for, eu não serei", repete Marconi, como um mantra. Há interlocutores que acreditam. Outros, não.
Dois já disseram a interlocutores próximos que não acreditam nesse papo: Iris Rezende (PMDB) e Antonio Gomide (PT). Calejados, ambos sabem que a candidatura de Marconi a um quarto mandato de governador não depende necessariamente da lista de adversários. Depende, talvez, de haver união ou não deles. Algo que Marconi, claro, não entrega nas conversas.
Dois, no entanto, se empolgaram com a isca marconista. Um deles é Júnior Friboi (PMDB). Menos comedido, Friboi já disse isso a vários interlocutores. "Marconi me garantiu e eu aposto: se eu for candidato, ele não será", tem dito a aliados.
Outro que trabalha com essa hipótese, mas com mais cautela, é Henrique Tibúrcio (PSDB). Marconi disse a Tibúrcio que abre mão da candidatura se ele quiser ser o candidato do PSDB. A "OAB Itinerante" está em ação em todo o Estado não por obra do acaso. Há um possível projeto político por trás.
A estratégia de Marconi tem dois objetivos: 1) tentar convencer alguns adversários que ele, Marconi, não é candidato (e por isso não é preciso criticá-lo); 2) fazer com que a oposição lance o maior número possível de candidatos, aumentando as chances do tucano no tabuleiro da eleição.
Vai funcionar? Com alguns, já funciona. Friboi, por exemplo, evita críticas diretas a Marconi. Quando faz uma crítica mais dura, jamais cita o nome do tucano. E com Tibúrcio, Marconi pretende ter ao seu lado uma OAB mais simpática. Se está conseguindo, é outra história.
Em entrevista coletiva, presidente nacional do PT também diz esperar que ameaças de não-apoio de Júnior Friboi a Dilma Rousseff sejam apenas "exercício de retórica"
Em visita hoje a Goiânia, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, reafirma a pré-candidatura de Antonio Gomide para governador de Goiás, desconhece um acordo para o PMDB indicar o vice do PT e diz que a administração de Marconi Perillo (PSDB) é ruim especialmente pelo trato que ele tem com os recursos públicos. Sobre o pré-candidato do PMDB, Júnior Friboi, ele torce para que a declaração de possível não apoio a Dilma Rousseff seja apenas um "exercício de retórica". Se o candidato do PMDB for Iris Rezende, ele diz que o PT fará outra avaliação do quadro eleitoral. Confira, a seguir, a íntegra da entrevista coletiva concedida por Rui Falcão:
Pergunta: Quais as suas expectativas com a candidatura de Antonio Gomide?
Rui Falcão: A expectativa é ultraotimista. Primeiro, porque as pesquisas aqui em Goiás mostram que a população quer mudança. Segundo porque o pré-candidato corresponde a essas expectativas. É um pré-candidato que trabalha, é honesto, já mostrou que sabe fazer. O importante não é dizer que vai fazer. É mostrar que já sabe fazer. E o Gomide é unanimidade no partido. Isso mostra unidade. Gomide percorre o Estado todo, ouve a população, registra as demandas e apresenta solução para cada problema. É um candidato também sintonizado com a questão nacional. E nós já temos o apoio de um grande eleitor, que é o ex-presidente Lula.
Pergunta: Lula apoia Antonio Gomide?
Rui Falcão: A partir do final de março ele se livra de compromissos internacionais e vem apoiar a candidatura de Antonio Gomide e de outros candidatos do PT pelo país.
Pergunta: Sobre a aliança com o PMDB, alguns falam que haveria um acordo entre PT e PMDB para 2014. É verdade?
Rui Falcão: O PT de Goiás sempre defendeu uma grande unidade para vencer a eleição. Até que o PMDB lançou um candidato, que se coloca como um candidato definitivo. Aí o PT resolveu apresentar seu nome. Mas quais são as condições do PMDB? Quais são os nomes para se fazer uma aliança? Não podemos entrar em uma aliança com o PT subdimensionado.
Pergunta: Então não houve um acordo?
Rui Falcão: Não. Houve um acordo para que caminhássemos juntos. Essa disposição permanece.
Pergunta: Como administrar essa aliança com o PMDB?
Rui Falcão: São dois partidos grandes, dois partidos nacionais. É natural que haja mais de uma candidatura em vários Estados. É assim em SP, RJ, BA, RS e pode ser aqui em Goiás. O importante é o PMDB apoiar a presidenta Dilma Rousseff.
Pergunta: A tendência é que PT e PMDB lancem duas candidaturas?
Rui Falcão: Está caminhando para isso. A tendência é essa.
Pergunta: A presidenta Dilma viria para dois palanques?
Rui Falcão: Os Estados é que têm que criar palanque para ela, Dilma. Os candidatos que a apoiam podem estar junto com ela.
Pergunta: Gomide é melhor que Júnior Friboi porque já passou por uma eleição, já foi testado nas urnas?
Rui Falcão: Essa avaliação vocês devem fazer. Gomide tem todas as credenciais, já falei dessas credenciais.
Pergunta: Como o PT nacional viu as declarações de Júnior Friboi que o PMDB de Goiás pode não apoiar a presidenta Dilma Rousseff?
Rui Falcão: Eu espero que isso seja apenas um exercício de retórica.
Pergunta: Se o PMDB trocar o candidato Júnior Friboi pelo Iris Rezende, muda alguma coisa?
Rui Falcão: Aí nós vamos dialogar em uma outra situação, é um outro nome, uma outra avaliação. Dia 29 de março é a decisão definitiva do PT. Depois não muda mais. Vamos confirmar a candidatura do Antonio Gomide ou apoiar o candidato de outro partido. E pelo que eu tenho ouvido, vai ser a afirmação da candidatura do Antonio Gomide.
Pergunta: Essa divisão da oposição pode favorecer a reeleição do governador Marconi Perillo?
Rui Falcão: Não tenho pesquisa eleitoral de hoje, mas sei que há um desejo de mudança muito forte. Vamos ver quem encarna melhor, se é quem fala em mudança ou se é quem de fato faz mudança no lugar que governa.
Pergunta: Que avaliação o senhor faz do governador Marconi Perillo?
Rui Falcão: Péssima. É uma péssima administração. Péssima. Principalmente pelo trato que ele tem com os recursos públicos.
Pergunta: O Romeu Tuma Júnior me disse ontem que Lula está estimulando a candidatura de Friboi aqui em Goiás para derrotar Marconi Perillo. Como o senhor vê essa declaração?
Rui Falcão: Eu prefiro não comentar declaração de uma pessoa cuja reputação é muito baixa. Mas não me consta que o Lula esteja estimulando essa candidatura. Eu estive com o presidente Lula. Até porque estamos com a candidatura de Antonio Gomide.
Pergunta: O presidente Lula pode ser candidato em 2018?
Rui Falcão: O presidente Lula faz dois tipos de afirmação sobre isso, sempre com imagens. Por um lado, o Schumacher ganhou sete campeonatos e quando voltou não ganhou uma só pole-position (risos). Mas o Lula diz: "Se me encherem muito o saco, eu voltou em 2018" (mais risos). Pode ter muita gente da população que encha o saco dele.
O blog conversou com o ex-senador peemedebista sobre Iris, Friboi e PMDB
Encontrei na manhã de hoje o ex-senador Mauro Miranda (PMDB). Na conversa com ele, entre outros assuntos, o principal foi a sucessão de 2014. Antes da pequena entrevista, Mauro se mostrou indignado com algumas afirmações que ouviu e leu nos últimos dias. Ele aceitou responder a uma única pergunta, desde que a resposta fosse publicada na íntegra no blog. A pergunta dizia respeito ao fato de aliados de Júnior do Friboi afirmarem que Mauro Miranda estava já na campanha dele, Friboi. Na resposta, Mauro ressaltou que sua lealdade é ao Iris e que o candidato do partido ainda não foi definido. E ressaltou que estará com Iris no nome que a convenção do PMDB definir.
Mauro Miranda explicou que esteve nos últimos dias resolvendo problemas familiares. Hoje, logo no início da manhã, foi atrás de Iris Rezende e outros peemedebistas para desfazer qualquer mal-entendido que tenha ficado no ar. A foto que ilustra esta matéria é da manhã de hoje, cedida gentilmente pelo fotógrafo Leandro Vieira.
Veja, abaixo, a íntegra da minha pergunta e da resposta de Mauro Miranda.
Pergunta: É verdade que o senhor está na pré-campanha do Júnior Friboi?
Resposta: Não. Fui visitar um companheiro de partido, Júnior Friboi, a convite dele, Júnior. Ele me convidou para sua campanha. Só que o candidato do partido ainda não foi definido. Minha lealdade é ao Iris Rezende. Estarei junto com o Iris no nome que a convenção do PMDB definir.
Nos últimos cinco anos, Friboi passou por quatro partidos sem nunca ter sido candidato a nada: PSDB, PTB, PSB e agora PMDB. Friboi também foi secretário de Marconi Perillo há pouco tempo. Nada disso incomoda o PMDB?
Nas entrevistas, ainda que de forma atrapalhada, o pré-candidato do PMDB a governador, Júnior Friboi, tenta passar a imagem de “bonzinho”. Aqui não se analisa se ele é ou não é “bonzinho”. A questão é sua imagem pública. E Friboi tenta vender essa imagem de “ingênuo”. Como bem pontuou seu marqueteiro, Duda Mendonça, Friboi quer ser visto como o cantor Leonardo. “Bonachão, adora Goiás, simpático, simples”, descreveu Duda.
Nos bastidores, no entanto, a imagem que se forma é outra. A imagem que prevalece hoje em alguns setores é que Friboi age como um trator. É “bonzinho” no discurso, até se faz de vítima. Chega a dizer que sem o apoio de Iris Rezende (PMDB), ele desiste de ser candidato. Friboi afirma que deve muito a ele, Iris. Nos bastidores e na prática, no entanto, a postura é outra. Friboi já tentou, um a um, cooptar todas as pessoas mais próximas a Iris. Conseguiu alguns. A estratégia, hoje bem clara, é desidratar Iris Rezende. Se no discurso, Friboi implora por uma aliança pública com Iris, na prática ele tenta afastar Iris do palco.
Vamos ao mais recente caso: o ex-senador Mauro Miranda. O que fez Friboi? Anunciou cooptação de Mauro Miranda. Em silêncio, sem nem conversar antes com Iris e sem uma declaração pública de Mauro Miranda. Qual o motivo disso? Por que anunciar que Mauro está com ele? Foi atrás de Mauro Miranda para dar um golpe simbólico em Iris. Para derrotar os iristas, para ver se consegue forçar Iris a "jogar a toalha", a dizer que está fora da disputa ao Palácio das Esmeraldas.
Friboi adota a prática de desunir, em vez de agregar. Quando fala do DEM, rasga mil elogios a Ronaldo Caiado e ao seu partido. Quando fala do PT, desdenha. Diz que não tem "opinião formada" se apoiará a reeleição de Dilma Rousseff (PT) e diz que o PT pode acabar vindo na "marra", via direção nacional do partido. Tenta usar o DEM para ver se força o PT a apoiá-lo? Não se sabe. Na prática, o resultado tem sido outro: se tem algo que o PT hoje não quer, esse ‘algo’ hoje é Friboi.
Há um componente no mínimo curioso. Como pode o PMDB estar com Friboi, um "outsider" na política? Nos últimos cinco anos, Friboi passou por quatro partidos sem nunca ter sido candidato a nada: PSDB, PTB, PSB e agora PMDB. Friboi foi secretário do governador Marconi Perillo (PSDB) há pouco tempo. Nada disso incomoda o PMDB? Em vez de se incomodar com a pré-candidatura de Antonio Gomide (PT), não seria melhor o PMDB fazer uma reflexão e olhar para dentro? Não é estranho que o peemedebista hoje prefira uma aliança com o DEM a uma parceria com o PT?
O fato é que o PMDB vai perceber que a imagem de "bonzinho" de Friboi não cola mais. Pode ser que perceba tarde. Pode ser até que Friboi vire mesmo governador e no dia seguinte mude de partido. Pode ser que Friboi chame Marconi Perillo para ajudá-lo a governar. Afinal, por que Friboi ainda não fez nenhuma crítica a Marconi? Com Friboi, tudo é possível, tudo é um risco. A questão é saber até que ponto o PMDB está disposto a bancar esse risco.
Pré-candidato do PT tem agenda e postura de candidato; Já o nome do PMDB briga com Iris, desune o próprio partido e não atrai o PT
Se a sucessão para o Palácio das Esmeraldas nessas cinco primeiras semanas de 2014 for resumida, o principal vitorioso, por ora, ainda segue sendo Antonio Gomide (PT). E o grande perdedor, Júnior Friboi (PMDB).
Gomide já é o candidato de consenso do PT. Já é apresentado em encontros regionais como o candidato do partido a governador. Em pleno mês de janeiro, conseguiu colocar mais de 700 pessoas na Câmara Municipal de Goiânia, com todas as tendências internas defendendo sua candidatura explicitamente. Já se reuniu com quase dez partidos diferentes, mesmo sabendo que com alguns não há chance de aliança por ora. E já polarizou o debate com o governador Marconi Perillo (PSDB), algo que ninguém da oposição havia conseguido até agora.
Postura diferente tem o pré-candidato do PMDB, Júnior Friboi. Além de espantar o PT diariamente, flertando publicamente com Ronaldo Caiado (DEM) e sempre colocando em dúvida um apoio do PMDB de Goiás à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT), Friboi também tem agido com pouca habilidade dentro de seu partido. Friboi faz discursos bondosos em relação a Iris Rezende (PMDB) em público, mas segue cooptando seus principais aliados nos bastidores, sem nem consultar Iris, como foi o caso recente do ex-senador Mauro Miranda.
Como bem disse Vassil Oliveira em artigo recente, Júnior do Friboi já deixou claro que só quer Iris "para juntar voto, como peão que ajuda a juntar gado". Não é um jogo de ganha-ganha. Na estratégia de Friboi, só ele ganha, o outro sempre perde. O fato é que Friboi está com crise de credibilidade dentro do PMDB. Se não une internamente, o que dizer de atrair aliados? Com o PT, a tática do coice se mostrou pouco produtiva. Com o DEM, vai atrair mais problemas do que fatos positivos.
No dia 29 de janeiro, em entrevista ao jornal O Popular, o presidente estadual do PMDB, Samuel Belchior, foi categórico: não existe nenhum acordo entre PMDB e PT para 2014 sobre quem irá indicar a cabeça de chapa. O único acordo é que os dois partidos estarão juntos. No mesmo dia, um dos principais articuladores do PT e secretário forte do prefeito Paulo Garcia, Osmar Magalhães, confirmou que não existe mesmo o tal acordo.
Da forma mais elegante possível, Samuel e Osmar desmontaram a tese do deputado federal Sandro Mabel (PMDB), repetida insistentemente pelo pré-candidato a governador, Júnior Friboi (PMDB). Mabel disse que o acordo foi celebrado em 2010. Mas ele, Mabel, nem no PMDB estava. Era integrante do PR. Mais do que isso: estava na campanha a governador de Vanderlan Cardoso (PR) e nem apoiou Iris Rezende (PMDB). Quem também alega ter participado do acordo foi Júnior Friboi. Mas Friboi, em 2010, estava no PTB e tentou até o último minuto se viabilizar como vice ou candidato ao Senado na chapa marconista. Estava, portanto, longe de PT e PMDB. Se o suposto acordo tiver sido fechado em 2012, Friboi também não estava presente. Em 2012, Friboi estava no PSB e não há uma pessoa que confirme que Friboi fosse testemunha das conversas políticas entre PT e PMDB.
Mas, apesar dos desmentidos, o acordo pode ter existido? Sim, pode. Mas a melhor forma de confirmá-lo agora não é cobrando a fatura em público, mas articulando internamente. Mais nos bastidores, menos em público. Nesse ponto, a estratégia de Samuel e Osmar é mais racional. Entre aliados, a fórmula do afago é sempre mais eficiente que a do confronto. Se for haver algum tipo de aliança entre os dois partidos, essa aliança tem de ser construída diariamente, aos poucos, com cordialidade, elogios de parte a parte e, principalmente, com boa educação. Mais do que as palavras, o tom usado por Mabel e Friboi não ajuda em nada. O fato de Friboi sempre colocar em dúvida um apoio a Dilma Rousseff (PT) e enumerar sucessivos elogios a Ronaldo Caiado (DEM) também atrapalha muito. O marqueteiro Duda Mendonça, em entrevista coletiva no escritório de Friboi, deu a senha para o PMDB. "Dilma tem boa avaliação em Goiás" e "é preciso bom senso". Pingo é letra.
O pré-candidato do PMDB ao Palácio das Esmeraldas, Júnior Friboi, voltou a falar de alianças. Elogiou bastante o DEM e o deputado federal Ronaldo Caiado, mas evita fazer elogios ao PT
Em entrevista coletiva concedida logo após a conversa da imprensa com o marqueteiro Duda Mendonça, o pré-candidato do PMDB ao Palácio das Esmeraldas, Júnior Friboi, voltou a falar de alianças. Elogiou bastante o DEM e o deputado federal Ronaldo Caiado, mas evita fazer elogios ao PT. Veja a coletiva na íntegra:
Repórter: Como é a chegada do Duda Mendonça para sua campanha?
Júnior Friboi: O Duda é um grande profissional. É um prazer imenso receber o Duda Mendonça aqui no Estado de Goiás. Ele fez uma explanação das qualitativas e das quantitativas para as lideranças do PMDB e de partidos aliados. Foi uma demonstração transparente, uma pesquisa que fiz questão de mostrar a viabilidade do projeto.
Repórter: O que mostra essa viabilidade?
Júnior Friboi: A viabilidade da mudança. O que ele acabou de dizer. Da alternância. Da vontade das pessoas de eleger um novo governador, com experiência, com história, biografia, legado. Isso ficou muito bom, muito claro para todas as lideranças. Fui escolhido pré-candidato para liderar esse processo. Vamos fazer uma campanha de alto nível, altamente profissional, com o menor custo e o melhor resultado. O Duda, com essa experiência toda, pegando inclusive profissionais de Goiás, que conhecem o Estado, vamos contratar vários profissionais que podem construir esse grande projeto que é a mudança para Goiás em 2014.
Repórter: E a dificuldade da aliança com o PT? Caiado foi realmente convidado?
Júnior Friboi: Primeiro, sobre o Caiado. O Caiado é um amigo, querido. É um grande político, um grande parlamentar, representa Goiás na Câmara Federal, foi presidente do Conselho de Agricultura Federal, eu entendo que o DEM poderia estar com o PMDB. O PMDB não tem nenhuma rejeição ao DEM. Mas o Caiado está aí para se definir. O convite está feito. Estamos abertos. Precisamos de alianças. Eu não tenho dúvida de que vamos estar juntos com o DEM. O PT está fazendo seu trabalho, acho certo, mas agora no final de março o prefeito Antonio Gomide vai ter que decidir. Ele precisa renunciar ao mandato para arriscar uma candidatura.
Repórter: E para o senhor...
Júnior Friboi: Pra mim, pra mim, eu não tenho um mandato. O PMDB está construindo, não temos que tomar decisões em março, as decisões importantes só em junho, na convenção, que vai ser a homologação realmente da candidatura.
Repórter: Pesa mais o apoio do DEM ou do PT, já que essas duas opções são excludentes?
Júnior Friboi: Todos são muito importantes... Todos têm tempo de televisão, todos têm prefeitos, vereadores, militância. O PMDB vai liderar o bloco de oposição para vencer as eleições.
Repórter: Mas se o senhor acertar o apoio do DEM, a presidente Dilma perde um palanque aqui em Goiás. Quem perde mais: a Dilma ou o senhor, sem o apoio dela?
Júnior Friboi: Não tenho opinião formada sobre esse assunto. Vamos deixar as coisas andarem. Um dia é muito pra decidir em política. Imagina dois meses, seis meses ainda para poder conversar.
Com um brinco de ouro Vivara na orelha esquerda, um boné Prada na cabeça, um relógio Breitling no braço esquerdo e um óculos Ray-Ban no colarinho, o marqueteiro Duda Mendonça concedeu hoje uma entrevista coletiva de vinte minutos para a imprensa goiana, na sede do escritório político do Júnior Friboi (PMDB). Friboi contratou a "grife" Duda Mendonça para ser seu marqueteiro na campanha para governador. Na entrevista, Duda deu alguns sinais de como será o rumo do trabalho. Destacou que o candidato a governador do PMDB ainda não está definido (pode ser Iris Rezende ou Friboi), afirmou que Marconi Perillo (PSDB) perde no segundo turno, dá como certo que a presidenta Dilma Rousseff (PT) terá dois palanques em Goiás e disse que as pesquisas mostram o goiano envergonhado com seu Estado, sofrido, desde o escândalo Cachoeira, que envolveu o senador Demóstenes Torres e o governador Marconi Perillo (PSDB). Na análise que faz do adversário, diz ainda que "Marconi tem uma carência muito grande, não vejo que ele possa agregar alguém", expondo uma situação bem favorável para a oposição. Na entrevista, Duda repetiu duas vezes que o faturamento da empresa do Friboi é cinco vezes maior que o (orçamento) do Estado de Goiás, avalia que o prefeito de Anápolis, Antonio Gomide (PT), também é um nome "bom" e anuncia que vai fazer apenas duas campanhas: a de Paulo Skaf (PMDB) em São Paulo e a do PMDB em Goiás.
Veja, a seguir, a transcrição na íntegra da entrevista de Duda Mendonça concedida a cerca de dez repórteres no final da tarde hoje, 29 de janeiro:
Pergunta: Hoje há uma tendência de se eleger políticos sem rejeição e sem histórico político. Júnior Friboi se enquadra nesse novo modelo de representação?
Duda Mendonça: De uma forma geral, as regras das eleições continuam as mesmas. As pessoas continuam querendo saúde, educação, segurança, essas coisas. As duas mudanças que sinto nesse começo de ano, no Tocantins, no Paraná, em Goiás... 1) A coisa do novo ganhou força. Há empresários que entram na política e as pessoas estão aceitando isso, como se o empresário realizado tem experiência administrativa. Pode administrar melhor, além de ser um nome novo. 2) Depois do movimento de junho de 2012 nas ruas, a coisa da corrupção ganhou dimensão imensa. É preciso não ser corrupto. Então quem tem experiência administrativa e não tem um passado sujo, tem chances grandes. Aqui em Goiás, fiz um diagnóstico. Não quero, antes disso, nem informações locais, nem informações de clientes. Não conheço nada. Quero parecer um ET que chegou agora em Goiás.
Pergunta: E qual o diagnóstico?
Duda Mendonça: Com pesquisas qualitativas e quantitativas, há mais de 30 anos, faço esse diagnóstico. Eu que trouxe a qualitativa para a política. Antes era feita apenas para empresas privadas, para produtos. Eu trouxe para a campanha política. Não tem diferença de política e mercado. Eu trabalho para o público consumidor e para o eleitor. É o mesmo público. O mesmo raciocínio. Mesmo desejo, aspiração, medo. Então meu trabalho com o consumidor me ajuda no trabalho político e o político me ajuda com o consumidor. Trabalho em Portugal, trabalho na Polônia e esses métodos funcionam lá. Como que um baiano trabalha em polonês? Com pesquisa e polacos na minha equipe, ficou fácil fazer campanha. As qualitativas não dão números precisos. Elas dão sensações. Dá a opinião das pessoas. Pegamos os pontos mais importantes na qualitativa e vamos na quantitativa ver essas sensações em números. Esse diagnóstico com quali e quanti dá um bom cenário. O meu braço direito, Augusto (Fonseca, publicitário; ele trabalhou em Goiás em 2006 no segundo turno para Maguito Vilela), fez uma pesquisa oito meses atrás para o Júnior Friboi e na época o resultado era muito interessante, mas era pequeno. O diagnóstico de agora é surpreendente. O Júnior está em pré-campanha. Ele não é ainda nem o candidato oficial do partido. O partido está fazendo um movimento e o Júnior está em pré-campanha. Nesse momento ele tem predicados e o PMDB reúne a possibilidade de uma aliança complementar. Eu diria... A sensação que eu tenho... Olha, de forma nenhuma pode-se dizer que o marqueteiro é o mago. Isso não existe. A gente é profissional. Posso melhorar a capacidade de comunicação, realçar os pontos que devem ser realçados, e não pode bater. Não admito bate-boca. Digo há mais de 20 anos: "quem bate, perde". Isso não é por ser bonzinho. As pessoas não querem que o político vá para a TV e diga que a saúde está uma porcaria. O eleitor já sabe. O eleitor quer um plano de governo, a proposta, o que se tem para dizer. Cansei de fazer campanha em que apanhei pra caramba e ganhei a eleição. Ganhei no primeiro turno no Rio Grande do Norte, ganhei com o Lula em 2002, o Lulinha paz e amor. Antes era o sapo barbudo, que entrava e batia. Não tenho dogmas, mas tenho caminhos que a experiência minha ajuda. Mas cortar o cabelo, mudar não sei o quê, isso tudo é maluquice. Não é mágica. A equipe tem que se adequar ao candidato. A gente faz fala, tem que se adequar, gravar muito o candidato de improviso. Na reunião de hoje mostrei uma coisa de forma genérica, mas foi tudo bem.
Pergunta: O que o senhor mostrou?
Duda Mendonça: A gente sentiu que se valoriza o cara que tem experiência administrativa forte, o cara que não tem experiência, o cara que seja profissional. A gente entende aqui que o Júnior preenche esses requisitos. Esses requisitos e a força que o PMDB tem, se ele conseguir compor com o Iris, isso sem dúvida é uma força muito grande. Júnior e o PMDB têm mais "novo" para agregar que seu principal adversário. Mas o adversário tem seus trunfos. Não é campanha fácil. Essa campanha vai para o segundo turno e o candidato que for para o segundo turno ganha do governador Marconi Perillo. É uma eleição difícil. Mas o PMDB tem uma condição de agregar hoje mais que o governador. Mas não sou fada, nem descobridor do futuro.
Pergunta: Por que essa impressão?
Duda Mendonça: Exatamente porque ele agrega. De um lado tem um nome, um empresário com um faturamento de sua empresa maior que o orçamento do Estado de Goiás, que deu espontaneamente no meu levantamento o seguinte: "Quem tem tanto dinheiro assim não tem interesse em roubar". Esse é o argumento das pessoas. Não dizem isso 100%, mas o que eles sentem é que o empresário não vai roubar, não vai comprometer o nome de uma empresa familiar e o que eu vi ontem em São Paulo foi pai, mãe, irmão, 100% do lado dele, Júnior. "Nossa empresa pode mostrar tudo", disseram os familiares. Então eu quis saber de que lado eu estava. Eu gosto de ganhar. Eu vivo de ganhar. Eu gosto de ganhar, está certo?
Pergunta: É verdade que o Júnior já ultrapassou os dois dígitos. O que isso significa nesse momento?
Duda Mendonça: Não posso falar de resultados de pesquisas, porque essas pesquisas não foram registradas. Eu estaria infringindo, contrariando a lei. Mas posso falar que está acima dos dois dígitos, superior ao que eu imaginava, com o nível de rejeição mais baixo do mercado e com um monte de qualificativos muito interessantes.
Pergunta: Que qualitativos?
Duda Mendonça: Aí vou entregar o mapa da mina.
Pergunta: Uma coisinha só! (confusão entre repórteres)
Duda Mendonça: Eu posso dizer que ele é um empresário que realmente veio de baixo e hoje tem uma empresa que é a maior do mundo no setor, que é orgulho de Goiânia (sic), que tem uma experiência administrativa, que é um cara sério, pra Goiás o peso de orgulho é importante, Goiás hoje está carente de orgulho diante dos últimos acontecimentos, o goiano é mais vaidoso do que todo o resto dos Estados brasileiros, a imagem não tem uma definição clara em muitos estados, mas aqui tem essa imagem. Mas aqui quando chego e pergunto qual a imagem do goiano, todo mundo acerta! É o Leonardo (cantor). É bonachão, adora Goiás, simpático, simples e isso o Júnior tem. Eu gravei uma fala dele, do Júnior, só ele falando, e botei na televisão, o que a gente sente é que o Júnior tem uma capacidade de se comunicar, ele fala simples, ele não é metido
Pergunta: O senhor já fez uma pré-campanha antes? Isso é um negócio de risco?
Duda Mendonça: Todo negócio é risco. Se já assumi pré-campanha? Ué, não faço outra coisa na minha vida que não seja isso nos últimos 30 anos.
Pergunta: Perguntei pré-campanha, não campanha...
Duda Mendonça: Lógico... A campanha do Lula foi pré-campanha por dois anos. Quando digo pré-campanha, é porque legalmente não tem campanha ainda. Mas você começa a construir discurso, tem informações, começa a preparar equipe, essa possivelmente é a eleição mais curta, porque vem o carnaval e depois a Copa do Mundo. As eleições antes aqueciam depois da convenção. Agora, não. Depois da convenção tem Copa. E o Brasil para. Ninguém vai prestar atenção em campanha política.
Pergunta: Quais pontos diferem o Júnior Friboi do político tradicional?
Duda Mendonça: Basicamente os dois que já citei. O que é imagem? Não o que é verdade. Qual a imagem? Quem conhece o Júnior bem é a família e os amigos. Nem eu conheço o Júnior bem. Então quando vou verificar isso, quero saber qual imagem pública que ele tem. O que é importante para mim, hoje? Eu tenho minhas teorias. Muita gente pode não concordar, marqueteiros podem não concordar. Não é culpa minha. Não existe mais hoje o formador de opinião. A figura do intelectual, do artista, do jornal, perdeu. Acabou. Hoje a pirâmide virou de ponta cabeça. Quem influencia? O colega de trabalho. Onde se ganha eleição? No futebol, no ônibus, no bar, na discussão. Eleição hoje é ter argumentos de convencimento. Numa mesa de dez pessoas, cinco não sabem em quem votar, o cara que tiver mais argumentos tem mais chances de convencer os indecisos. Em São Paulo, inaugurou um hospital novo. A propaganda tem uma credibilidade pequena. O jornal e a TV têm uma força maior, mas também é pouco. Você chega num grupo (de qualitativa) e pergunta do hospital novo. Ninguém sabe nada. Mas se no grupo aparece um cara que diz "que tem uma tia que levou a sobrinha no hospital e é maravilhoso", aí a mesa toda é contagiosa. Com a propaganda não tem esse nível de contágio. "Ah, aquilo ali é pago, o cara pegou um ator pra falar." O povo está muito esperto. Quais são meus dois dogmas? Um é que "quem bate, perde". E o outro é que "bobo é quem pensa que o povo é bobo".
Pergunta: O senhor vai pedir a presença, acha importante como marqueteiro ter aqui na campanha o Lula, a Dilma?
Duda Mendonça: Seria maravilhoso. A imagem dela (Dilma) está muito boa aqui. O PMDB pode agregar muito aqui. Pode agregar o PT, agregar a Dilma. A Dilma pode querer ter um palanque ou dois.
Pergunta: E aí?
Duda Mendonça: Maravilhoso. Ela pode ter dois palanques aqui. Em São Paulo ela vai estar em dois palanques. Do PT (com Alexandre Padilha) e do PMDB (com Paulo Skaf). Eu vou fazer o do Paulo Skaf e vai ter o candidato do PT. Ela vai estar em dois palanques.
Pergunta: Qual a importância do ex-governador Iris Rezende (PMDB) na campanha?
Duda Mendonça: Enorme importância. Iris é um dos nomes sérios, é um nome que tem, hoje...
Pergunta: (Interropendo) É possível eleger o Júnior sem o Iris?
Duda Mendonça: Dificulta muito. O peso do Iris é muito forte.
Pergunta: Elegeria o Júnior sem o PT?
Duda Mendonça: É difícil... Veja, eu não vejo... a possibilidade... Olha, em base de hipótese é difícil pensar. Em base de bom senso, o PMDB é da base da Dilma. A prioridade do Lula e do PT é eleger a Dilma. Pronto. Assim: o PT vai fazer tudo para ter dois palanques em vez de um, eu acho, ou o PT não lança candidato e decide apoiar o PMDB aqui ou decide que vai ter candidato do PMDB e do PT e quem for para o segundo turno recebe o apoio do outro. Não vejo hipótese do PT apoiar o Marconi. Muito remota. Não passa pela cabeça de ninguém. Uma divergência antiga, sobretudo com o Lula. Fatalmente, num caso de segundo turno, PMDB e PT estarão alinhados. E no primeiro turno, com dois candidatos, a Dilma vai ter dois palanques. Entendeu? Isso reforça muito o PMDB e a tropa. Imagina ter a Dilma no palanque com o Júnior, com as qualificações que ele tem? E se descobrir o Iris do lado dele (Júnior)? Tem uma tropa forte. Não vejo que o governador Marconi Perillo possa agregar alguém. É um governador com um primeiro mandato bom. Mas nesse segundo mandato (sic), Marconi tem uma carência muito grande.
Pergunta: Os debates ainda são muito importantes em uma campanha? Na televisão?
Duda Mendonça: Super importantes. Super importantes. O debate tem que acontecer, deve acontecer, e já estou dizendo que se depender de mim, o meu candidato vai sim aos debates.
Pergunta: Qual a imagem que o governador Marconi Perillo tem nessas avaliações suas e por que o senhor tem convicção que ele perde no segundo turno?
Duda Mendonça: Minha convicção é assim... O candidato à reeleição tem obrigação de ganhar no primeiro turno. Se for para o segundo turno, já mostra uma deficiência. A tendência no segundo turno é todo mundo se unir contra o governador. Não adianta tentar dizer que é isso que vai acontecer. Mas é meu palpite pelo conhecimento de agora. É um quadro das pessoas daqui, das que decidem. As pessoas estão muito preocupadas com corrupção, muito preocupadas, o goiano está muito dolorido, o goiano é muito orgulhoso. O goiano tinha um herói na cabeça dele e de repente o herói desmoronou. E isso está muito sofrido. O goiano está muito sofrido.
Pergunta: O senhor fala do Cachoeira?
Duda Mendonça: (Paulo Cezar Martins fala ao fundo: "Demóstenes") É... É o caso Demóstenes. Isso o goiano fala o tempo todo. Não precisa perguntar (nas qualitativas). Eles falam o tempo todo. Mas chance, é igual Copa do Mundo. Um tem mais chance, mas não quer dizer que vai ganhar. O PMDB tem a chance de ter o Iris ou o Júnior, seja lá quem for o candidato... o importante é ter a aliança deles. O que o Júnior traz é uma coisa de moderno, novo, agrega uma aspiração das pessoas. Experiência administrativa grande, pra pegar uma Friboi e ser a melhor do mundo, é preciso ter competência pra caramba! Precisa de equipe de trabalho, de estratégia. Eu não conhecia a história dele. Pus ele para falar da história dele. Três minutos. E botei pro pessoal ouvir. Vem empatia, simpatia, começou uma vida verdadeiramente de baixo, ele dirigiu caminhão, tocou boi...
Pergunta: Só o Júnior pode ser o novo da campanha? O prefeito de Anápolis, Antonio Gomide, não seria isso?
Duda Mendonça: Não, não... Não me julgue mal... Estou dizendo o que eu acho e estou vendendo meu peixe. O Antonio Gomide é também um nome bom. Ele tem a imagem. Mas fiquei surpreso com o nível de conhecimento que o Júnior tem. Naturalmente por causa de Friboi. Se tirar o nome "Friboi" da pesquisa, não identificam ele. O nome dele é Júnior Friboi ou Júnior da Friboi (sic). Não tem como tirar. Ele está agregado ao nome de qualidade da empresa dele. O sucesso, o orgulho que o goiano tem da empresa dele. Ele é um cara à altura de administrar o Estado. O faturamento dele é cinco vezes maior que o do Estado de Goiás.
(O assessor Rodrigo Czepak diz: "Vamos encerrar, gente")
Pergunta: O senhor tem uma estimativa de quanto vai custar a campanha do Júnior?
Duda Mendonça: Não tenho e não entramos nesse detalhe. O mais importante é que ele tem chance de ganhar. Isso é muito importante. Em 2014 decidi fazer apenas duas campanhas. Vou entrar de cabeça na campanha daqui e na de São Paulo.
Pergunta: Vai fazer a campanha vindo aqui?
Duda Mendonça: Pelo menos uma semana sim, uma semana não, estarei aqui em Goiânia com minha equipe inteira.
Pergunta: O candidato Júnior Friboi tem falado em parceria com o DEM e com Ronaldo Caiado, o que excluiria uma participação do PT na chapa do PMDB. O Júnior disse inclusive que pode não apoiar a Dilma nessa aliança. Quem pesa mais nessa aliança: o PT ou o DEM?
Duda Mendonça: Há uma decisão política. Dessa, não participo. Isso é o bom senso. História do candidato e do partido. Estou aqui tentando arrumar uma pré-campanha. Já temos um acerto se der certo a campanha dele. Vou trazer minha equipe inteira. O Augusto (Fonseca) é meu braço-direito, é meu marqueteiro, a minha turma toda de primeira vai vir aqui semana sim, semana não. Tenho quatro equipes, vou juntar em duas para trazer pra cá. Vou ganhar? Não sei. Mas vou fazer o melhor que eu posso.
Pergunta: Em dez cidades levantadas por nós (quem faz a pergunta é um pesquisador do EPP), Friboi tem 18% de intenções de voto, com rejeição quase zero. Os seus números apontam para algo próximo ou acima?
Duda Mendonça: Fico com vontade... mas não posso dizer.
Pergunta: Está abaixo ou acima de 18%
Duda Mendonça: Estamos próximos (risos). Seria errado eu divulgar resultado de pesquisa. Mas posso dizer que está próximo.
Confira o que o marqueteiro do PMDB disse na entrevista coletiva realizada hoje, em Goiânia
“O PMDB pode ter o Iris ou o Júnior, seja lá quem for o candidato... o importante é ter a aliança deles”
“De forma nenhuma pode-se dizer que o marqueteiro é o mago.”
“Não admito bate-boca. Quem bate, perde.”
“O candidato que for para o segundo turno ganha do Marconi.”
“O PMDB tem uma condição de agregar hoje mais que o Marconi.”
“O povo fala do Júnior: 'Quem tem tanto dinheiro assim não tem interesse em roubar'."
“Goiás hoje está carente de orgulho diante dos últimos acontecimentos.”
“O goiano é mais vaidoso do que todo o resto dos Estados brasileiros.”
“O goiano está muito dolorido, o goiano é muito orgulhoso.”
“O goiano tinha um herói na cabeça dele e de repente o herói desmoronou.”
“Quando pergunto qual a imagem do goiano, todo mundo acerta! É o Leonardo. É bonachão, adora Goiás, simpático, simples e isso o Júnior tem.”
“Não existe mais hoje o formador de opinião. A figura do intelectual, do artista, do jornal, perdeu.”
“Seria maravilhoso (ter a Dilma na campanha do Friboi). A imagem dela (Dilma) está muito boa aqui.”
“A Dilma pode ter dois palanques aqui. Em São Paulo ela vai estar em dois palanques.”
“Dificulta muito (eleger o Friboi sem o Iris). O peso do Iris é muito forte. Enorme importância. Iris é um dos nomes sérios.”
“Em base de bom senso, o PMDB é da base da Dilma.”
“Marconi tem uma carência muito grande. Não vejo que ele possa agregar alguém.”
“O faturamento do Friboi é cinco vezes maior que o do Estado de Goiás.”
“Se depender de mim, o meu candidato vai sim aos debates.”
“O candidato à reeleição tem obrigação de ganhar no 1º turno. Se for para o 2º turno, já mostra uma deficiência.”
“Antonio Gomide é também um nome bom. Ele tem a imagem.”
“Se tirar o nome 'Friboi' da pesquisa, não identificam ele.”
“Em 2014 decidi fazer apenas duas campanhas. Aqui e em SP. Com equipe titular aqui.”
A íntegra da entrevista pode ser lida aqui:
http://www.jornalx.com.br/blog.php?id=1054
Se desistir da disputa ao Palácio das Esmeraldas, o governador Marconi Perillo (PSDB) terá três opções para o seu futuro político. Veja quem ganha e quem perde em cada uma delas
Assim como ocorreu em 2002, agora em 2014 cresce o boato de que Marconi desistirá da candidatura a governador. Lá e cá, Marconi e a possibilidade de disputar um novo mandato para governador. Diferente de 2002, agora Marconi enfrenta a "fadiga de material". Seu grupo político está no poder há 16 anos, sendo três mandatos dele, Marconi. Também diferente de 2002, agora Marconi tem um escândalo a explicar, o caso Cachoeira, importante componente de sua alta rejeição atual.
O mais provável é que Marconi esteja repetindo a estratégia de 2002. Espalha que não será candidato à reeleição, passa a ser alvo de menos críticas e ainda cria um "fato novo" quando disser que é candidato.
Mas... e se o boato se confirmar? E se Marconi realmente não for candidato à reeleição? O tucano enfrenta a mais alta rejeição de sua carreira e nunca foi tão pouco querido nas regiões mais urbanas. Eis as três alternativas que sobram ao tucano:
1) Não se desincompatibiliza em abril e fica no mandato até o fim
Vantagens: Comanda sua própria sucessão, escolhendo e bancando o candidato a governador.
Desvantagens: Ficará obrigatoriamente sem mandato em 2015, o que é um risco para muitos.
Quem perde: José Eliton (PP), que viraria governador em abril e fatalmente seria candidato a governador
Quem ganha: Giuseppe Vecci (PSDB), que poderia ser o candidato a governador de Marconi.
2) Renuncia em abril e anuncia candidatura ao Senado
Vantagens: Evitaria ser a grande vidraça da eleição, passando a ser uma figura secundária.
Desvantagens: A eleição ao Senado pode ser tão difícil e arriscada quanto uma eleição para governador...
Quem perde: Quem não gosta de José Eliton, caso de alguns pepistas e vários tucanos.
Quem ganha: José Eliton (PP), que viraria governador por nove meses e ainda teria grandes chances de ser candidato a governador. Ou, no mínimo, seria elemento-chave na sucessão ao Palácio das Esmeraldas.
3) Renuncia em abril e anuncia candidatura a deputado federal
Vantagens: Teria uma eleição tranquila e 100% garantida, com votação provavelmente recorde.
Desvantagens: Ficaria praticamente alijado da sucessão, já que ficaria fora da chapa majoritária.
Quem perde: Os que dependem de Marconi na chapa majoritária e os que não gostam de José Eliton (PP) ter tanto poder.
Quem ganha: José Eliton (PP), que viraria governador por nove meses e ainda passa a ter grandes chances de ser candidato a governador. Ou, no mínimo, seria elemento-chave na sucessão ao Palácio das Esmeraldas.
Leia mais: Quais as chances de Marconi não ser candidato a governador?
http://www.jornalx.com.br/blog.php?id=1049
Veja coleção de declarações polêmicas do peemedebista dadas em 2014, 2013 e 2010
Em março de 2010, escrevi uma matéria para este blog que começava assim:
“Ingênuos, claro, sempre dão boas entrevistas, porque acabam revelando fatos e desejos de seu grupo político que não deveriam vir a público. É o caso da entrevista de José Batista Júnior (PTB), mais conhecido como Júnior Friboi, concedida hoje à repórter Núbia Lobo e publicada no jornal O Popular. Ele é pré-candidato a vice-governador ou a senador na chapa de Marconi Perillo (PSDB).”
No mesmo ano de 2010, Friboi foi descartado da chapa encabeçada por Marconi Perillo. Depois da eleição foi para o PSB e, agora, está no PMDB. Friboi tem um mérito: quebra o “conluio imaginário”.
O sociólogo Pierre Bourdieu dizia que o ruim das entrevistas de políticos é que há um “conluio originário” fortíssimo. Este conluio seria um acordo mais forte do que contratos abertos ou secretos. Neste conluio, todo político tem uma obrigação de discrição e segredo acerca de tudo que é planejado e discutido nos bastidores ou diz respeito às crenças íntimas desse grupo.
Friboi tem um mérito em relação aos políticos em geral. Gosta de “abrir o coração” e revelar o que pensa de verdade. Isso pode ser um trunfo seu, se bem trabalhado.
Abaixo, as principais frases que disse em sua primeira entrevista de 2014, algumas nas duas últimas semanas de 2013 e as que disse em 2010, quando era da base de Marconi Perillo.
Entrevistas de 2013:
1) Em entrevista ao Opção dia 15 de dezembro de 2013, faz ameaças ao PT e diz que está esperando os petistas irem atrás dele: “O PMDB de Goiás pode não apoiar a reeleição de Dilma Rousseff. Eu não tenho nada com o PT, mas, para mim, eu vejo que eles deveriam eleger a prioridade, porque nós do PMDB já estamos resolvidos. (...) Mas corre o risco muito sério de o PT perder o apoio (do PMDB) para a presidente Dilma em Goiás.”
2) Em entrevista ao Popular dia 12 de dezembro de 2013, disse que se o PT não quiser aliança com ele, vai procurar o Vanderlan e o PSB. Em outra entrevista, chegou a dizer que Vanderlan “não tinha alternativa” que não fosse procurar ele, Friboi. No dia seguinte, Vanderlan reagiu: “Só pode ser brincadeira. Não tenho o menor interesse em conversar com ele.”
3) Em entrevista ao Popular dia 30 de dezembro, mostra sua habilidade de unir as oposições: “Tudo bem quem quiser lançar candidato no primeiro turno. Mas no segundo vai ter que todo mundo se juntar. Se não for pelo amor, será pela dor.”
4) Na mesma entrevista ao Popular de 30 de dezembro, Friboi admite que já ajuda vários peemedebistas com ‘viagens de Sêneca’: “Com recurso financeiro, não tenho feito absolutamente nada. Até porque não está no momento certo. Vamos fazer durante a campanha. Mas de repente, uma viagem de avião, um Sêneca, por exemplo, até posso arrumar. Não vou mentir aqui para vocês que não tenha feito. Mas esporadicamente, nada de deixar avião por conta. Nem o meu, nem o de ninguém. Mas, de repente surge uma viagem longe, um deputado que vai me representar em algum evento, pode até ser que tenha feito, não sei quantas vezes.”
5) Na entrevista ao Opção de 15 de dezembro, Friboi diz que o Grupo Jaime Câmara está contra ele por insistir em chamá-lo de ‘José Batista Júnior’: “Lógico que é uma tática deliberada da Jaime Câmara. Inclusive isso veio a pedido do governo, eu não tenho dúvida disso. Meu nome na campanha não é José Batista Júnior, meu nome político é Júnior Friboi. Então, que ponham assim. É tendencioso isso, a imprensa precisaria fazer as coisas de maneira não tendenciosa. Isso é muito ruim.”
6) Na mesma entrevista ao Opção, chega a dizer que prefere o DEM ao PT: “Sem o PT, a relação com o DEM com certeza melhoraria, aí ele viriam sem problema algum. Ronaldo Caiado não tem problema com o PMDB. Se o PT lançar um candidato próprio, isso abre as portas para o DEM entrar. Caiado poderia até ser meu vice.”
7) Ainda na mesma entrevista ao Opção, Friboi diz que Caiado poderia fazer um "acordo branco, informal" com ele. “Ronaldo Caiado é um grande líder ruralista. Nós já conversamos esses dias e esclarecemos todos os mal-entendidos que tivemos. O problema é com o DEM e não com Caiado. É o problema nacional que eles têm com o PT, com a resolução deles de não estar onde o PT estiver. É um problema nacional, não é meu com ele ou vice-versa. Se ele quiser nos dar um apoio branco, estaremos prontos... Se ele resolvesse por isso seria bom para nós.”
8) Também entrevista ao Opção, Friboi expõe e compra briga gratuitamente com o ex-deputado estadual Wagner Guimarães: “Eu respeito Wagner Guimarães. Ele tem suas razões e não vou contestá-lo. O que quero dizer é que, quando ele foi candidato a deputado, todas as suas reivindicações que foram feitas a mim para que eu pudesse contribuir com o sucesso de sua campanha, eu sempre atendi de forma correta. Ele está sendo ingrato. Primeiramente, porque ele é um colega de partido. Segundo, ele não tem absolutamente nada para falar de mim. Nunca lhe fiz mal em nada e nunca deixei de cumprir um compromisso com ele.”
9) Na mesma entrevista, Friboi diz que empresas de sua família (Grupo JBS) sempre financiaram campanhas eleitorais de todos para não serem ‘prejudicados’ e ‘perseguidos’ em seus negócios. É de uma sinceridade espantosa.
10) Em entrevista no dia da homenagem a Iris Rezende, soltou a seguinte frase: “Ainda bem que estamos homenageando ele em vida, felizmente Iris está vivo para ver as homenagens.”
Agora as frases de 2014, relevadas em uma única entrevista concedida dia 22 de janeiro à Rádio Mil FM:
1) Júnior Friboi volta a colocar em dúvida se o PMDB deve manter a aliança com o PT. “Não tenho opinião formada se vamos apoiar a Dilma ou não”. Mais adiante, afirma que “se unir (com o PT), é bom. Mas se não unir, paciência.”
2) Em vez de fazer isso em um momento solene, Friboi solta que Leandro Vilela será mesmo seu coordenador de campanha. E se disse surpreso com a ‘maturidade’ de Leandro e seu primo Daniel Vilela.
3) Em vez de tratar com seriedade e mais respeito (até para conquistar o aliado), Friboi não poupa o PT e seu pré-candidato Antonio Gomide. “Essa candidatura (do Gomide) é especulação. Vamos ver se ele renuncia à prefeitura.”
4) Pra variar, Friboi sempre gosta de lembrar que, com ele, o partido terá dinheiro na campanha. “O PMDB tem nome, tem capilaridade e tem agora comigo estrutura financeira”.
5) Em vez de valorizar o prefeito Paulo Garcia por defender uma aliança PMDB-PT, Friboi praticamente diz que o prefeito está cumprindo com sua “obrigação” por defender um “acordo” do qual ele, Friboi, inclusive, diz ter participado (mesmo estando no PSB em 2012). “Paulo Garcia está cumprindo compromissos da instituição, a instituição tem compromissos.”
6) Em mais um momento de elogio a si mesmo, Friboi diz que política para ele não é profissão. “É um sacerdócio.”
7) Friboi afirma que ele e Iris Rezende estão no mesmo patamar. “Ele precisa de mim, eu dele”, pontua e mais adiante afirma que os dois se completam.
8) Quando perguntado como é sua relação com a Dilma e o Lula, Friboi confunde as bolas e começa a falar de sua empresa. “(A relação) é das melhores. Ontem, inclusive, saiu a classificação, somos a oitava maior empresa do país.”
9) Ele próprio avisa na entrevista que é ‘novo de experiência’, como se isso fosse bom. “Pergunta: O senhor é um candidato novo? Júnior Friboi - Quando a pesquisa apresenta o novo, é novo de experiência.”
10) Quando fala da festa que o PMDB de Aparecida fará para ele, em vez de valorizar o prefeito Maguito Vilela e outros aliados, prefere elogiar os vereadores Ezizio e Gleison Flavio.
11) Em entrevista à CBN, dois dias depois da entrevista à Rádio Mil, não se constrangeu em dizer que deseja o PT 'na marra' a seu favor, em vez de tentar ele próprio construir uma aliança em Goiás. “A vice-presidência da República e a Presidência da República vão entrar nisso aí (...), vai haver interferência, sim, da cúpula nacional de PT e PMDB para apoiar minha candidatura.”
Veja agora as frases de 2010 (todas ditas em uma só entrevista, o que derrubou sua pré-candidatura no mesmo dia):
1) Júnior do Friboi expõe o fato de Marconi já estar negociando cargos antes mesmo de ser eleito:
“Propus para o Marconi, eu indo para a vice, de criar uma secretaria de relações internacionais e desenvolvimento e que eu possa cuidar dessa parte. (Criar também) algumas secretarias ligadas a mim, alguma coisa bem mais ampla do que simplesmente ser vice.”
2) Ele diz que o CPF do Friboi é diferente do CNPJ do Friboi. Indiretamente afirma que não quer sofrer retaliações, caso não consiga se eleger:
“A JBS vai fazer doações para todos (os candidatos). Independente de eu ser o candidato ou não, ela (a empresa) vai participar com todos, como sempre participou.”
3) Ele afirma que Caiado e Demóstenes devem “vir para o PSDB”, como se não soubesse do desgaste dos líderes dos dois partidos em Goiás e como se Ronaldo Caiado precisasse de Marconi para “garantir” sua vaga de deputado federal:
“Espero que o Demóstenes e o Ronaldo decidam vir para o PSDB porque acho que é o caminho natural deles. O Demóstenes tem a vaga garantida para o Senado, o Ronaldo para deputado federal. Eu poderia muito bem ser um grande aliado deles na defesa do produtor.”
4) O ponto alto: Júnior do Friboi sugere que há um acordo para Marconi renunciar aos últimos nove meses de mandato para ele, que seria o vice:
“O Marconi pode ficar 3 anos e 3 meses, me entrega o governo, eu assumo, vou para uma reeleição, fico mais três anos e três meses e posso sair de novo, com o Marconi voltando.”
5) A repórter Núbia Lobo, provavelmente assustada com a resposta, pergunta se esse acordo (do ponto 4) existe mesmo. Ele confirma, em vez de perceber que disse algo que não deveria ser revelado: “Pergunta: É isso que está planejado entre o sr. e o Marconi? Resposta: Eu não entraria se não fosse dessa forma.”
6) Ele acaba rifando a candidatura de Lúcia Vânia ao Senado, mesmo dizendo que não faz isso: “Não, não tem desconforto nenhum. A vaga não é de Lúcia Vânia, não é de ninguém. A vaga é do partido. Está terminando o direito de oito anos que o povo deu a ela. Agora é zerar tudo e começar de novo. Ela está esperando que o partido e o povo possam reconhecer o trabalho dela e, ao vencer as eleições, traga ela novamente.”
7) Ele, ao dizer que não entende de gestão pública, acaba abrindo a guarda para adversários fazerem críticas: “De gestão pública não entendo, vou passar a entender. Tenho a vocação política e vocação empresarial.”
Peemedebista, pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas, voltou com tudo: falou do PT, de Gomide, de Vanderlan, de Marconi, de Iris Rezende e principalmente de como está sua campanha. Friboi diz que política para ele não é profissão. "É um Sacerdócio."
Depois do recesso de 20 dias que usou para estar com a família e fazer uma cirurgia estética, Júnior Friboi (PMDB) voltou hoje a conceder entrevistas. A primeira foi para a Rádio Mil FM, hoje de manhã, ao vivo. Na entrevista, Friboi foi pela primeira vez menos categórico sobre sua própria candidatura. Disse que ela está nas mãos do PMDB. E o que o importante é vencer, ainda que ele não seja candidato a governador. Ele afirma que sem o Iris Rezende, ele desanima de ser candidato. Inclusive não descarta mais uma candidatura de Iris Rezende (nas entrevistas de 2013, ele quase descartava), mas segue vendo com dificuldades uma aproximação com o PT. "Não tenho opinião formada se vamos apoiar a Dilma ou não", chega a dizer, durante a entrevista. E diz que a candidatura do prefeito de Anápolis, Antonio Gomide (PT), é especulação. Friboi confirmou que o deputado federal Leandro Vilela deve ser seu coordenador de campanha e propõe uma "campanha ética, muito ética, voltada às propostas e sem nenhum ataque". Por fim, diz que política para ele não é profissão. "É um Sacerdócio." Confira a íntegra da entrevista de Júnior Friboi à Rádio Mil FM, concedida na manhã de hoje, 22 de janeiro de 2014. Os entrevistadores foram os jornalistas Ivan Mendonça e Jeronimo Rodrigues, o Jerominho.
Entrevistador - Bom dia, Júnior!
Júnior Friboi - Bom dia Jerônimo, Bom dia Ivan, quero fazer um debate francamente.
Entrevistador - O senhor voltou com todo gás para enfrentar a campanha para governador?
Júnior Friboi - Iniciei esse projeto em 8 de julho de 2011, quando me filiei ao PSB. De lá pra cá, não tirei férias, não parei, nada, só agora no final do ano é que tirei férias. Aliás, não foi férias. Eu me ausentei. Não do Brasil. Passei dez dias com meus pais, em São Paulo. O papai tem 80 anos de idade, a mamãe está com 76, então eu entendi que esses 10 dias foram para ficar com eles...
Entrevistador - O senhor esqueceu de falar sua idade...
Júnior Friboi - Minha idade? É 53.
Entrevistador - Então está no ponto (risos).
Júnior Friboi - Pois é, então passei dez dias com meus pais, passei o natal com eles. Eu sou muito família, eu amo minha família. Muitas coisas na minha vida fiz pela união da família. Essa é a razão do meu sucesso. Depois desses dez dias, tirei mais dez dias para ficar em Goiânia, com minha família, fiz uma intervenção cirúrgica de pálpebra, estava me incomodando muito no olho. Em 10 dias já me recuperei, estou bom.
Entrevistador - O senhor tem residência fixa em Goiânia?
Júnior Friboi - Há muito tempo...
Entrevistador - No Aldeia do Vale.
Júnior Friboi - É, moro lá no Aldeia do Vale, desde que voltei dos EUA. Morei nos EUA por quatro anos e voltei direto para o Aldeia do Vale.
Entrevistador - Após esse período, o senhor percebe o PMDB goiano mais coeso na sua candidatura?
Júnior Friboi - Eu vejo, eu quero deixar muito claro que a candidatura não é minha, a candidatura do Júnior Friboi é do partido, eu apenas coloquei meu nome à disposição de uma agremiação. Minha candidatura é do PMDB.
Entrevistador - O senhor se julga oficializado candidato do PMDB?
Júnior Friboi - Me julgo sim, estou trabalhando, estou montando equipe, estou contratando muita gente, inclusive aí o Duda Mendonça, publicitário de renome nacional. Ele fez um diagnóstico de minha situação, de minha viabilidade.
Entrevistador - Uma pesquisa qualitativa...
Júnior Friboi - E quantitativa junto. Agora dia 29 ele vai me apresentar oficialmente. Mas tenho já um pré-resultado bom.
Entrevistador - A estampa foi boa.
Júnior Friboi - A avaliação do Duda foi boa, que é viável eu me candidatar. Os números são muito bons. A qualitativa se mostra viável. O meu nome... aliás, minha história é boa.
Entrevistador - O senhor chegou a conversar com Iris Rezende agora em janeiro, depois dos 20 dias de férias?
Júnior Friboi - Eu converso com o Iris sempre...
Entrevistador - Mas na volta, essa semana, ainda não conversou?
Júnior Friboi - Conversei sim, estive com ele ontem (dia 21 de janeiro) lá na casa dele, fui fazer uma visita pra ele. O Iris é um amigo muito querido.
Entrevistador - Que papel o senhor reserva para Iris Rezende na preparação e na condução de sua campanha?
Júnior Friboi - Jerônimo, o Iris é um líder político, tem 55 anos de vida pública. É uma grande referência do ponto de vista político como eu sou do ponto de vista empresarial. Nós dois nos completamos. Eu disse para ele ontem: "Iris, eu fico muito animado de ver nós dois conversar dessa forma que conversamos e o entendimento é que essa candidatura é muito viável porque estamos juntos". O Iris precisa de mim, eu também dele, nós precisamos da militância e a militância precisa do povo.
Entrevistador - Como o senhor analisa a postura do Antonio Gomide de que o PT pode ter candidato?
Júnior Friboi - Eu vejo assim, Jerônimo... o PT é uma agremiação e deve falar em candidatura. Não tenho nada contra. Sou a favor de uma candidatura própria do PT. Não tenho outra coisa a esperar do PT. Mas resposta oficial do PT eu espero até 22 de março. Até lá é mera especulação, essa candidatura é especulação.
Entrevistador - O senhor tem uma data para resposta do PT?
Júnior Friboi - Sim, tem, é 22 de março.
Entrevistador - Tem o prazo da desincompatibilização, né, que é 5 de abril...
Júnior Friboi - Sabe que só falamos da candidatura do PT quando o Antonio Gomide renunciar, sair da prefeitura. Antes disso, tudo é especulação. Não tenho opinião formada sobre esse assunto. Queria estar junto, queria a contrapartida que se consolide nessa aliança.
Entrevistador - E se ele se afastar da prefeitura, se ele renunciar?
Júnior Friboi - Aí o PMDB vai sozinho. Isso é fato. O PMDB tem candidato e não abro mão da cabeça de chapa. E o Iris disse isso para o Antonio Gomide. O PMDB tem três coisas importantes: tem nome, tem capilaridade e tem agora comigo estrutura financeira pra fazer campanha. O PMDB tem 57 prefeitos, 300 e tantos vereadores, não tem como, não tem como o PMDB abrir mão de uma candidatura minha a governador.
Entrevistador - O PMDB é cabeça de chapa...
Júnior Friboi - Eu acho assim, Ivan... Se unir é bom. Mas se não unir, paciência. Fazer o quê?
Entrevistador - PMDB e PT estiveram juntos, é uma aliança que deu certo, reelegeu Paulo Garcia e agora o Paulo Garcia tem defendido uma aliança PT-PMDB. Paulo Garcia está dentro dessa aliança?
Júnior Friboi - O Paulo não faz nada mais, nada menos que a obrigação. Está cumprindo compromissos da instituição, a instituição tem compromissos.
Entrevistador - Compromisso do PT apoiar o PMDB, que o Sandro Mabel revelou aqui na Rádio Mil. Mão dupla, ele disse.
Júnior Friboi - Isso. Pessoas mudam e esquecem às vezes dos acordos. Mas as instituições, pra ter credibilidade, pra se fortalecer, precisam cumprir acordos. O Paulo Garcia está defendendo os acordos. Nós fizemos acordos e cumprimos. Eu participei, sou prova viva desse acordo. Venho militando nisso. Em 2012, o PMDB cumpriu acordos. E vamos cumprir o nacional. O PMDB nacional está com o PT nacional. Eu vejo o empenho do vice-presidente da República.
Entrevistador - O senhor tem o aval da executiva nacional?
Júnior Friboi - Não é o aval. Estou referendado por eles. Não é verdade que eu entrei por eles. O PMDB nacional antes de referendar minha inserção teve uma conversa com o Iris e acordou com o Iris, ele disse que minha vinda para o PMDB iria somar muito. Eu não vim por vir, eu vim por acordo.
Entrevistador - Voltando ao seu encontro com Iris... Muitos peemedebistas estão defendendo a candidatura do Iris, o José Nelto esteve aqui na rádio... A pergunta é: a chance do Iris ser candidato a governador é zero?
Júnior Friboi - Não, Ivan, não... Não é o Iris Rezende ou o Júnior Friboi que vão decidir. O que o partido decidir, está decidido. Não vou fazer imposição nenhuma. Eu vim pelo convite do PMDB, eu oficializei minha pré-candidatura, estou construindo, não estou impondo nada ao PMDB, mas sou militante. Não participo da executiva, de decisão nenhuma. Sou só um militante. Pus meu nome à disposição. Quero alternância, quero participar desse processo democrático. O povo está feliz com o Estado de Goiás, com Goiás, não está satisfeito é com ações de governo. A alternância é boa.
Entrevistador - Há um jeito de compatibilizar Júnior Friboi e Iris Rezende no mesmo palanque?
Júnior Friboi - Não é um jeito... Nós vamos estar no mesmo palanque. Vamos estar juntos. Juntos como candidatos. Eu até desanimo se o Iris não estiver comigo, é uma força, estou muito animado porque ele me apóia, pela experiência de estar junto.
Entrevistador - O Iris está disposto a disputar o Senado?
Júnior Friboi - O Iris é peemedebista. O Iris não é o Senado. O Iris é partidário. Aquilo que o PMDB decidir, ele acata. Não vamos ter candidato para concorrer, queremos ganhar as eleições. A receita para perder eu já tenho (risos), estou em busca da receita para ganhar a eleição.
Entrevistador - O senhor tem dúvida que o candidato a governador é o Júnior Friboi?
Júnior Friboi - Hoje eu não tenho dúvida, Jerônimo. Hoje. Hoje!
Entrevistador - O senhor aceitaria disputar o Senado ou outro cargo?
Júnior Friboi - Se o PMDB entender que pra vencer a eleição eu tenho que disputar outro cargo ou posição na chapa majoritária, não tenho dúvida quanto a isso. Posso aceitar ou não aceitar.
Entrevistador - Uma das perguntas dos ouvintes é do José Ricardo Fonseca: como é sua relação com a Dilma e o Lula?
Júnior Friboi - É das melhores. Ontem, inclusive, saiu a classificação, somos a oitava maior empresa do país. Estamos classificados aí para 2013 no oitavo lugar como maior empresa.
Entrevistador - É verdade que Lula e Dilma tiveram participação ativa na ida sua para o PMDB goiano?
Júnior Friboi - Não, foram os prefeitos de Goiás. Esses tiveram participação ativa, fizeram moção de apoio. Referendado pelo PMDB nacional. O PT não interferiu.
Entrevistador - O PMDB poderia romper a aliança com o PT nacional?
Júnior Friboi - Não tenho opinião formada sobre isso. Tem muita coisa para acontecer. É mais prudente dizer isso depois de 5 de abril. Aí vamos ter noção melhor. Quem ficou, quem não ficou. Como vai ser o novo ministério. Não tenho opinião formada se vamos apoiar a Dilma ou não.
Entrevistador - O senhor esteve no interior, não está na hora de ter um cara a cara com o Antonio Gomide?
Júnior Friboi - Eu ouvi dizer que eles querem conversar comigo. Estou esperando o PT. Trocar uma ideia e conversar. Mas depois das decisões de sábado é que espero um encontro com o PT. Tenho um bom trânsito com o PT.
Entrevistador - Quem o senhor imagina que serão seus adversários na campanha?
Júnior Friboi - Se o PT vir me apoiar, é o grupo do Marconi, não sei quem o grupo do Marconi vai apoiar, o meu grupo, a verdade é que eu não escolho adversário.
Entrevistador - O senhor trabalha com a possibilidade da terceira via? O Vanderlan?
Júnior Friboi - Trabalho, trabalho. O Vanderlan será candidato... O Vanderlan será candidato.
Entrevistador - Se houver união das oposições, é só no segundo turno?
Júnior Friboi - Exato, só no segundo turno. Se houver união, só no segundo turno.
Entrevistador - E Ronaldo Caiado? Ficou definida a situação?
Júnior Friboi - Não nos encontramos em Goiatuba. Foi em dias diferentes. Podemos até nos encontrar.
Entrevistador - Fala-se na criação de um conselho político do PMDB. Quem poderia comandar?
Júnior Friboi - Quem tem que comandar sou eu. Tem que ficar comigo. O que falaram desse conselho, é o conselho dos partidos aliados, de sugestão... não é um conselho... É um grupo de trabalho. Fala-se em conselho, mas cada caso é um caso, cada partido é um partido. Cada um com suas diferenças e suas necessidades.
Entrevistador - O senhor esteve em Goiatuba com Daniel Vilela e Leandro Vilela. O Leandro Vilela não seria candidato e seria coordenador de sua campanha. O senhor confirma?
Júnior Friboi - É verdade. O Leandro Vilela é o coordenador de minha campanha. Ele está dizendo isso. Não sendo candidato, iria nos ajudar nessa coordenação. É um bom nome, menino novo. Cada dia que convivo com ele, admiro mais o Leandro, o Daniel Vilela. Eu não tinha essa convivência com eles, com o Pedro Chaves. São grandes pessoas. Tenho assim até me surpreendido com os meninos, do ponto de vista político, são maduros. O Leandro é uma grande liderança, de muito futuro. Ele e o Daniel.
Entrevistador - Sobre o Duda Mendonça, qual será o papel dele na sua campanha?
Júnior Friboi - Vai coordenar a estratégia, vai fazer a comunicação, o marketing da minha campanha. Ele vai fazer meus programas de televisão, até o fim da campanha. Ele vai trazer uma equipe, vai ter uma equipe dele o tempo todo em Goiânia, aproveitando pessoas locais, de Goiânia. É isso. Mas não é ele que vai ganhar a eleição. Ele vai me ajudar a errar menos.
Entrevistador - Nessa pesquisa qualitativa e quantitativa de Goiás, pode aparecer lá que o eleitor quer um candidato novo. O senhor é um candidato novo?
Júnior Friboi - Quando a pesquisa apresenta o novo, é novo de experiência. Nós precisamos começar a falar de projetos. De ideais. Mostrar o que vai fazer. É muita fofoca.
Entrevistador - O que o senhor tem de projetos?
Júnior Friboi - Não sei se já está terminando o tempo, tem que ver as horas, eu queria sugerir que temos que falar sobre projetos. O que vamos fazer? Essa é a discussão. O que esse pessoal vai melhorar a vida? Eu acho que está na hora. Eu quero governar Goiás. A pergunta não é "por quê" eu quero governar, e sim "pra quê" eu quero governar Goiás. O "por quê" é muito subjetivo, eu na prática quero falar aquilo que nós pensamos. Quero fazer algo por Goiás. Estou pronto. Tenho uma história. Não sou novo na idade, mas na experiência. Mudança com responsabilidade. Mudar por mudar não concordo. Mudar porque temos projetos, tenho experiência sobre gestão. Goiás precisa de gestão. Que seja uma operação! Está faltando mais ação do que política. Estão fazendo muita política. O povo está enjoado de política. Tem que resolver os problemas. Falando as verdades. Fazendo mais e falando menos. Não sou muito de falar. Eu sou de fazer. O povo espera algo concreto, real, que resolva o problema das pessoas.
Entrevistador - O PMDB de Aparecida vai fazer uma festa para o senhor agora dia 28, não é?
Júnior Friboi - É, vão fazer. É a inauguração de um diretório lá. Estamos preparando isso. O Ezizio e o vereador Gleison Flavio estão preparando isso. Se o Gleisson Flávio não estiver lá, nem vou (risos). Primeiro tem que combinar com ele (mais risos). Estamos em um bom momento. O momento que Goiás espera é de uma campanha ética, muito ética, voltada às propostas e sem nenhum ataque. Não quero bate papo, não quero falar mal. Vi nos jornais que o PSDB quer colocar uma lupa em cima de mim, vai me vigiar 24 horas por dia. Pode colocar. Já ajudo muito Goiás. Ajudando muito! Muito! E a recíproca vai ser verdadeira. De agora para frente, vamos estar monitorando o PSDB.
Entrevistador - Muito obrigado por aparecer aqui.
Júnior Friboi - Muito obrigado pela oportunidade, obrigado aos ouvintes, a Rádio Mil FM é campeã de audiência, especialmente você, Ivan, que é um grande líder. Esse projeto é nosso. Eu quero ajudar a cuidar de Goiás. Política para mim não é profissão. É um Sacerdócio. Sacerdócio! Para ajudar. Amenizar o sofrimento de tantos pais, mães e famílias. Ontem eu disse para o Iris: cada dia que ando por Goiás, vejo que quero ajudar o Estado. Dar valor em tudo aquilo que construí. Essa é a referência. Só damos valor no que temos, naquilo que o outro não tem.
Se a sucessão para o Palácio das Esmeraldas nessas três primeiras semanas de 2014 for resumida, o principal vitorioso, por ora, é Antonio Gomide (PT). O segundo, Iris Rezende (PMDB). E o grande perdedor, Júnior Friboi (PMDB).
Em poucos dias, Gomide deixou um cenário de disputa com Paulo Garcia (PT) para se tornar o candidato de consenso do PT, como ficou decidido ontem por unanimidade na extensa e heterogênea comissão executiva do PT. Além de definir sua candidatura, Gomide saiu de lá com um calendário de pré-campanha, com a última definição ficando para o fim de março.
O outro vitorioso é Iris Rezende (PMDB). A candidatura de Friboi está com crise de credibilidade dentro do PMDB. Vários aliados de primeira hora de Friboi já foram até Iris pedir por sua candidatura, enquanto Friboi segue sem rumo, sem agenda e sem empolgar ninguém. Ainda há um temor de vários peemedebistas de expressar publicamente a desconfiança e decepção com Friboi. Esperam um sinal de Iris. Temem criticar o empresário e depois serem abandonados na campanha.
A própria assessoria de Friboi já vazou que o peemedebista encontrou Gomide no domingo, 19. Friboi não só ouviu de Gomide que o petista é mesmo candidato como ainda incentivou o petista a levar a candidatura adiante. Aquilo que Friboi já havia dito ao Jornal Opção em 15 de dezembro, ele tem repetido a todos os petistas: prefere uma aliança com o DEM de Ronaldo Caiado do que com o PT. Tanto que neste início de 2014, Friboi já se encontrou duas vezes com Caiado. Com o DEM na aliança, Friboi sepulta de vez qualquer chance de acordo com o PT.
E diferente de Iris e Gomide, Friboi também deixa claro para qualquer interlocutor que não quer saber de muitas alianças no primeiro turno. Por ele, o PMDB caminha com o DEM e ponto final. Tanto que em entrevista ao Popular em 30 de dezembro, Friboi afirmou com seu jeito espontâneo: "Tudo bem quem quiser lançar candidato no primeiro turno. Mas no segundo vai ter que todo mundo se juntar. Se não for pelo amor, será pela dor".
Candidato do PT começou semana com arestas, que foram aparadas em poucos dias
O prefeito de Anápolis, Antonio Gomide, termina a semana já consolidado como o nome do PT para o Palácio das Esmeraldas. O prefeito anapolino estipulou para si mesmo um prazo até meados de março para se viabilizar.
Nesse período, ele pretende reforçar seu nome dentro do PT, conquistar o PMDB e seduzir toda a oposição. Reeleito prefeito em 2012 com 88,9% dos votos, Gomide sabe que seu principal desafio será unir a oposição. O pior dos cenários é a oposição partir para o confronto com Marconi Perillo (PSDB) com 3 candidaturas: uma do PT, uma do PMDB e uma do PSB. Tudo tem de ser feito para reduzir os nomes para apenas um ou, pelo menos, para dois.
As jogadas de Gomide no tabuleiro são até aqui transparentes. Ele se encontrou com outros pré-candidatos a governador e não escondeu nenhum dos encontros. E, nos encontros, foi sincero ao dizer que colocaria seu nome pelo PT para concorrer ao Palácio das Esmeraldas. Assim também tem agido Iris, com quem Gomide conversou bastante na sexta-feira, 10.
Quem destoa mesmo na oposição é Júnior Friboi. Esse, até agora, só deu mostras que prega a desunião. Já afirmou que a “oposição, se não unir no amor, vai na dor” e que não “tem tempo” para esperar o PT. Chegou a dizer que prefere uma aliança com o DEM, que também o rejeita. Friboi também assinalou que o PSB não tem outra alternativa que não seja apoiá-lo. E não para de dizer que o PMDB de Goiás pode não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Com ele, o cenário é desanimador. Pior do que ir com três candidaturas é ir apenas com a de Friboi. Uma disputa Marconi x Friboi seria um passeio para o tucano.
Iris e Gomide são nomes da política. Foram testados nas urnas e estão enraizados em seus partidos. Nada mais natural que cada um defenda a sua legenda na cabeça de chapa ao Palácio das Esmeraldas. Um respeita o outro. Um ouve o outro. A conversa é horizontal, há de parte a parte razoabilidade nas palavras. O diálogo existe. Diferente de Friboi, que nunca disputou uma eleição e já mudou de partido três vezes. Suas ações (e até suas palavras) mostram certo desprezo pela política. Ele se comporta como um outsider.
Besteira imaginar que as críticas entre Antonio Gomide e Paulo Garcia, hoje já resolvidas, possam atrapalhar alguma coisa. Daqui a pouco, os dois estarão juntos. A história do PT é uma história de conflito interno na pré-campanha e de forte união na campanha. Foi assim desde o nascimento do partido, tanto que essas críticas entre tendências são permitidas e até incentivadas pelos documentos partidários. Em 2002, Lula e Suplicy disputaram prévias, justo o ano em que Lula foi eleito presidente pela primeira vez. No Rio Grande do Sul, as disputas internas (com trocas de farpas nos jornais, por meses) sempre fortaleceram o partido. Foi assim na vitória de Olívio Dutra ao Palácio Piratini em 1998 e tantas outras vezes no PT.
Um dos desafios de Gomide será driblar a máquina de boataria plantada por adversários, especialmente tucanos. Ele, por exemplo, nunca disse que, se não for candidato, irá “cruzar os braços”. Não há uma pessoa que confirme ter ouvido isso de Gomide. Não há uma entrevista em que Gomide não fale em unidade das oposições. E uma frase dessa iria no sentido contrário do pretendido pelo candidato a governador do PT.
Pergunta também existiu em 2002 e 2010. E nas duas vezes, o tucano confirmou sua candidatura
Circula com certa força nos meios políticos a ideia de que Marconi Perillo (PSDB) pode não ser candidato à reeleição ao Palácio das Esmeraldas em outubro deste ano. Com rejeição alta em vários segmentos do Estado, especialmente em Goiânia e na região metropolitana da capital, há quem diga que Marconi irá esperar até os últimos dias de março para avaliar se será candidato à reeleição ou se desincompatibiliza para uma candidatura a senador ou deputado federal.
Não há dúvidas que a eleição deste ano é a mais difícil da trajetória política de Marconi, até por ser a primeira após as revelações de suas ligações com Carlos Cachoeira. Sem contar a fadiga de material: Marconi já está no terceiro mandato e seu grupo político está no poder há 16 anos, os mesmos 16 anos que o PMDB completou no executivo antes de perder a eleição de 1998. A julgar pelo histórico de Marconi, é pouco provável que ele desista da reeleição. Marconi gosta da adrenalina e do desafio.
Mais do que isso, o seu grupo político não tem outro nome que una todos os aliados. Marconi não preparou esse nome, por mais que ele próprio aponte para seu vice-governador, José Eliton (PP), como o "plano B". Uma coisa é ele apontar o nome do pepista, outra é o pepista de fato se viabilizar. E Marconi vê com bons olhos a oposição estar ainda indefinida. Uma reeleição que, em 2012, no auge da CPI do Cachoeira, era tida como "uma improbabilidade", hoje é, pelo menos, uma possibilidade.
O mistério criado em torno da candidatura ou não de Marconi só tem um beneficiado: o próprio governador. No fim de março ou início de abril, quando ele confirmar sua candidatura, terá criado um fato político, pois criou uma dúvida antes. Foi assim também em 2002 e 2010. Em 2010, anunciou a confirmação de sua candidatura exclusivamente pelo Twitter, para dar um ar de modernidade à sua candidatura, algo que faltava à sua postulação. Em 2014, a surpresa mesmo será apenas uma: se ele anunciar a desistência à reeleição.
Luisa da Silva comentou:
Vergonha desses vereadores que só pensam em se "ajeitar"! Vamos pensar em quem votar minha gente.
em 25/04/2011 08:41
Carlos Laponia comentou:
Olha, aqui no Pedro Ludovico, o diretor atual do Jardim Botânico é filho de vereador. O cara não sabe nem conversar e tem só 20 anos e nenhuma formação pra tá ali. Esse pai dele tinha é que perder o mandato!
em 25/04/2011 08:39
Jadson Jr comentou:
O próprio marconi só esperou assumir para elevar o ICMS a 29% e colocar pró-reitores incompetentes na UEG. Causou uma inflação tão terrível em Goiás que só tem precedentes nos governos Sarney e Collor. Marconi não tem moral pra falar de ditadura.
em 22/04/2011 09:59
Juliane comentou:
Acreditava que o blogueiro tivesse um olhar mais apurado. Esse questionamento me decepcionou.
em 12/04/2011 22:01
Maicon comentou:
Tem que ser muito leigo pra chamar isso de plágio! Como o Carlito disse "São bem diferentes" Ridiculo!
em 12/04/2011 06:43